Há três dias que estou a tentar digerir o funesto acidente do Elevador da Glória em Lisboa, reflectindo de forma demorada e profunda na brevidade da vida e na sua fugacidade, sobretudo no sofrimento brutal e incalculável que a morte causa nas famílias enlutadas. Realmente, nunca sabemos o dia em que vamos morrer, não obstante termos a consciência plena que viemos a este mundo para morrer e que, cedo ou tarde, teremos um dia que enfrentar a morte. Todos nós, sem excepção, vamos morrer um dia. É só uma questão de tempo até chegar aquele dia.
Mesmo assim, apesar desta inequívoca verdade humano-antropológica manifestamente conhecida por todos nós, ninguém idealiza que vai morrer na sua correria do dia-a-dia e, muito menos, num acidente ou de forma prematura. A morte é imprevisível, repentina, surpreendente, implacável, assustadora e trágica. Ela ainda é extremamente maléfica, dolorosa, injusta, impiedosa, horrorosa e diabólica. Com a morte morre com ela todas as capacidades, criatividades, potencialidades, desafios e os legítimos sonhos do ser humano, deixando a dor e o sofrimento no seio dos familiares e amigos daqueles que são vítimas dela.
O trágico acidente do Elevador da Glória em Lisboa, no passado dia 3 do corrente mês, enquadra-se em tudo aquilo que acabei de salientar: da monstruosidade e impiedade da morte. Um terrível acidente com o histórico e famoso elétrico de Lisboa dizimou, em poucos minutos, vidas de dezasseis pessoas que estavam apenas nos seus afazeres de vida. Um devastador acidente que, de uma só vez, ceifou vidas de dezasseis pessoas. O desolador acidente matou prematuramente inocentes homens e mulheres – que tinham ainda incontáveis e legítimos sonhos de vida que, deste modo, ficaram por realizar. Um fatídico acidente, que ninguém previa, matou cinco portugueses, dois sul-coreanos, um suíço, três britânicos, dois canadianos, um ucraniano, um americano e um francês, deixando mais de duas dezenas internadas no hospital, estando alguns destes internados a correr ainda sérios riscos de vida.
Lamento do fundo do meu coração toda esta trágica situação. Lamento profundamente a irrecuperável perda de vidas humanas que resultou do maldito acidente. Lamento imenso a condição clínica de todos aqueles que, neste momento, estão internados nos hospitais em consequência do sinistro acidente. Lamento sentidamente a situação de dor e sofrimento de todos aqueles que perderam ente-queridos no acidente e, em consequência, estão em grande pranto e sofrimento. Ninguém merece este destino fatídico. É um destino doloroso com séries implicações directas e colaterais na vida das vítimas e dos seus familiares. Ninguém merece mesmo isso: nem os que infelizmente morreram, nem os que estão hospitalizados, nem os que tiveram ferimentos ligeiros e nem mesmo a nossa cidade de Lisboa.
Deixo aqui publicamente a minha singela e sentida homenagem a todos aqueles que foram directa e indirectamente vítimas deste mortífero acidente, rogando ao Todo-Poderoso DEUS que possa amparar, consolar, fortalecer e ajudar todos aqueles que perderam infelizmente as suas famílias, bem como curar com o Seu Poder Restaurador os que se encontram ainda hospitalizados e completamente traumatizados com o macabro acidente. Que o Eterno DEUS seja com todos que estão a sofrer com a desoladora situação e a todos abençoe na Sua graça, amor, perdão, consolação e protecção. Que assim seja.
