Quando falamos da Páscoa, falamos do livramento do mundo decaído; do sacrifício expiatório de Jesus Cristo na cruz de calvário em prol da Humanidade. A Páscoa significa a libertação da raça humana depravada, que estava sob o domínio do diabo.
Segundo os relatos bíblicos, no início da criação, o homem rebelou-se contra o seu Criador, e em consequência disso, foi destituído da glória da sua criação, perdendo todos os privilégios a que fora criado diante de DEUS, levando consigo a sentença da morte devido o seu acto pecaminoso. Apesar dessa situação irregular e bastante complexa no percurso do homem, DEUS jamais desistiu dele. No livro de Génesis, foi o próprio DEUS, que tomou a iniciativa de comunicar com ele depois da queda, como também, providenciar-lhe as túnicas de peles para o vestir, a fim de ocultar a sua nudez (Génesis 3:9-24).
O sacrifício de alguns animais foi preciso, tal como ficou patente nos versículos mencionados, para essa providência. Para os estudiosos e intérpretes cristãos, isso significa "a provisão por meio de Jesus Cristo, em face de Sua obra expiatória na cruz de calvário”. Isto é, DEUS no seu divino poder e através de Jesus Cristo, anularia o poder de Satanás, no sentido de feri-lo na cabeça e este por sua vez, lhe ferirá no calcanhar (Génesis 3:15). Assim ficou claramente declarado a inimizade entre a semente da mulher e da serpente, o diabo; tudo apontando para a missão redentora de Jesus Cristo na cruz de calvário.
Com o plano da salvação delineado, DEUS ainda fez questão de compartilhá-lo com o seu povo eleito, a nação israelita, que na qual descenderia o Messias prometido. Começando com o Patriarca Abraão, que viu a concretização do plano (da vinda de Jesus Cristo ao mundo), viu-o, e alegrou-se (s. João 8:56). E a mesma revelação com o rei David no sentido da promessa: “eu lhe serei por pai, e ele me será por filho… Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti: o teu trono será para sempre” (2Samuel 7:14; 16). Para o Comentador bíblico Normam Champlin, o alcance desta revelação, "expressa um relacionamento especial que o SENHOR estabeleceria com os reis da linhagem de David”, que por sua vez concretizar-se-ia na pessoa do nosso Senhor Jesus Cristo (Marcos 1:11; Actos 13:33; Hb 1:5).
Tanto a promessa abraamica como a davídica, ambas têm o pano do fundo central, Jesus Cristo e a sua obra na cruz calvário. Desde o livro de Génesis até Malaquias, DEUS conduziu o seu povo de múltiplas formas, no sentido de molda-los à realidade espiritual. Permitiu-lhes, passar por várias provações e adversidades. Foram escravizados no Egipto durante 400 anos, invadidos pelos Assírios e conquistados pelos babilónicos. Mesmo nestas circunstâncias extremamente difíceis, DEUS não abandonou o Seu povo, sempre esteve presente com ele para lhe dar lições e orientações na conduta que devia seguir, que é voltar a origem da verdadeira adoração. E por fim, perante a experiencia vivida, o SENHOR DEUS, libertou-o de todos os males e desafios, fazendo-lhe triunfar em tudo. Ora, é este o cerne da mensagem da Páscoa: a libertação da Humanidade decaída que vivia da opressão e da escravidão do pecado, que no entanto, obteve o perdão, a libertação e reconciliação por intermédio do sacrifício eficaz de Jesus Cristo na cruz de calvário.
Tal como aconteceu à nação israelita no cativeiro do Egipto e na babilónia, vivendo da opressão, assim também, aconteceu com cada um de nós. Estávamos todos perdidos e mortos nos nossos delitos e pecados, alheios à vontade de DEUS nas nossas vidas (Efésios 2:2-3). E por essa mesma razão, fez com que o Filho do Homem, viesse a este mundo, tomando a forma do servo e cumprindo a missão do Pai (Filipenses 2:5; s. João 17:4).Viveu como um simples homem, transmitindo todos os desígnios de DEUS durante o Seu percurso aqui na terra; foi crucificado (uma morte violenta) e no terceiro dia ressuscitou dos mortos, deixando a promessa da vida eterna a todos quantos o recebem como SENHOR e Salvador das suas vidas (João 1:12).
Portanto, este é o mistério do evangelho, a grande verdade da nossa salvação; verdade que na qual cremos e anunciamos, que Jesus Cristo, é o único caminho para a salvação de todo o pecador (João 14:6). Tal como sustenta o apóstolo Paulo, “mas de facto Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem (1 Coríntios 15:20-21). E nas observações feitas pelo Teólogo e Reformador da Igreja, Ulrich Zuínglio, “Cristo é o único caminho para a salvação de todos os que existiram, existem ou existirão". O único pré-requisito para essa maravilhosa dádiva da salvação, é entregar-Lhe os vossos corações, pedindo-Lhe ajuda e orientação para as vossas almas. DEUS seja louvado e exaltado para todo sempre! Amén.
(Artigo escrito a dois anos no blog "Teses Teológicas" com o titulo: “A Páscoa de Jesus Cristo: O Cordeiro de DEUS que tira o Pecado do Mundo”, sofrendo algumas alterações).