A cimeira união europeia-África, agendada para o próximo mês em Lisboa, é um assunto que está no centro da actualidade; não só pelo mediatismo que ela representa, como também às divergências entre à Inglaterra e o Zimbabué.
Tenho estado a acompanhar a par e passo, o desenrolar das negociações e das posições assumidas de ambos os países em “braço de ferro”. Na qualidade de um africano, não deixarei de manifestar a minha preocupação e posição em relação a este assunto, porque acho que é da extrema importância parar e reflectir nela. A meu ver, esta cimeira será muito fundamental para o esclarecimento de muitas coisas, bem como no projecto de ajuda ao desenvolvimento.
No entanto, se a cimeira é a união europeia-África, penso que isso implica automaticamente que todos os países da união europeia e os da África devem estar presentes, sem quaisquer tipos de impedimentos. Inclusive o próprio Robert Mugabe. Independentemente daquilo que ele é, ou faz. Esta minha humilde opinião, não quer dizer, que estou conformado com o cenário que neste momento está-se a viver no Zimbabué, pelo contrário tenho a opinião totalmente diferente. Sei que o Mugabe, é um líder ditador, que tem seguido políticas desumanas, sobretudo, no que toca às violações dos direitos humanos. Todavia, se veremos a realidade no seu todo, concluiremos que existem ainda muitos “Mugabes” em África.
Portanto, a pressão que o Primeiro Ministro Gordon Brown está a fazer para excluir o homem da cimeira, não passa de interesses políticos da própria Inglaterra (assunto um dia que teremos a oportunidade de desenvolver). No entanto, qualquer das formas, vamos ter que aguardar a decisão final do governo de José Sócrates. Sendo anfitrião do evento, cabe-lhe convidar os países que lhe quer.
Uma nota para terminar, nas piores das hipóteses, mais vale não participar o Zimbabué, do que não realizar a cimeira.