Consciência Solidária para com o Próximo

Os dias que correm não são nada fáceis. Vivemos em tempos de grandes contradições e de contrariedades a todos os níveis da vida, particularmente no plano Económico-financeiro que afecta significativamente a vida de inúmeras pessoas e famílias, devido a conjuntura desfavorável da crise que estamos mergulhados. Perante este quadro negro que a sociedade enfrenta, requer de todos os cidadãos de boa vontade, uma "consciência solidária” para com o nosso próximo, no sentido de predispormos os nossos bens e recursos a favor daqueles que mais precisam da nossa ajuda. 

Consciente desta grande verdade e virtude, o Escritor/Autor Francês Jean de La Fontaine sustenta que “há que, na medida do possível, prestar favores a toda a gente: quantas vezes não precisamos de quem é menos do que nós". E o vigésimo sexto Presidente dos Estados Unidos da América, Theodore Roosevelt no mesmo entendimento, exorta a fazer “o que puder, com o que tem, onde estiver”. Poderíamos estar agora aqui a evidenciar muitíssimos bons exemplos deixados por grandes figuras que marcaram positivamente o nosso mundo nesta área do humanismo social

Ao longo destes últimos dias, temos ouvido e constatado com histórias espantosas, de pessoas que vivem em circunstâncias de extrema adversidade, em total “estado de necessidade", que deixa qualquer ser humano estupefacto e sensibilizado com aquele quadro espantadiço, visto que muitas dessas pessoas, não têm nem sequer o dinheiro para satisfazer as necessidades mais básicas, que tem a ver com alimentação e outros encargos necessários que a vida nos impõe diariamente. Por vicissitudes várias, alguns perderam os seus empregos, que tinham como única fonte de rendimento; e outros não conseguem arranjar trabalho para assegurar as despesas correntes. 

E perante este tocante experiência que tivemos, começamos a interrogar a nós mesmos: do quê que temos feito para ajudar essas pessoas ao nosso redor, que estão em grandes apertos financeiros? E chegamos a conclusão, que de facto, ficamos ainda muito aquém daquilo que deveria ser a nossa postura e conduta como cristãos e humanos que somos. É fácil fugirmos das nossas responsabilidades e consideramos que somos uns coitadinhos,  que não podemos fazer nada para reverter o rumo das coisas, no entanto, apontamos constantemente o dedo aos outros para tais responsabilidades (que não deixa de ser deles e nossa também). 

Diariamente, ouvimos comentários: Se ganhasse como aquele jogador, actor ou milionário ajudaria imensas pessoas carenciadas, principalmente os pobres, esquecendo-nos que o altruísmo não depende somente daquilo que ganhamos/possuímos, mas acima de tudo, da nossa disponibilidade em partilhar o mínimo que temos com os que não têm igual a nossa medida. A afirmação de Jesus Cristo, ilustra muito bem isso: "Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; quem é injusto no pouco, também é injusto no muito (Evangelho s. Lucas 16:10). 

Por isso, não esperamos só quando formos ricaços para termos uma consciência solidária para com o nosso próximo, mas procurar desde já pôr em prática essa grande virtude que todos nós devemos cultivar no nosso quotidiano. Tal como dizia o Apóstolo Paulo, "coisa mais bem-aventurada é dar do que receber” (Actos 20:35). 

O nosso desafio, é que retenhamos estas verdades e aplica-las todos os dias na nossa momentânea peregrinação aqui na terra; que possamos ser mais sensíveis e generosos uns com os outros e, principalmente,  partilhar aquilo que temos com os que sofrem e estão a precisar da nossa urgente e preciosa ajuda. Altruísmo é uma virtude que não tem preço. E como lembra Russel Crowe, in "Gladiator", "tudo "aquilo que fizermos nesta vida, será determinante para a eternidade”.