Natal não é somente uma festa de comer, beber e trocar os presentes ou de estar com a família como muitos pensam; é muito mais que isso, isto é, se nós o compreendermos no seu sentido original. Se o homem não tivesse desobedecido às ordens de DEUS no início da criação, não haveria necessidade termos esse grande evento, o natal de Cristo, mas como tal aconteceu fez com que cheguemos o ponto em que estamos, da depravação total.
Na queda do homem no jardim do Éden, DEUS planeou salva-lo dos seus pecados, como podemos constatar nos relatos do livro de Génesis 3:15; e este plano estava a apontar para a vinda do Messias (Jesus Cristo) ao mundo: do seu nascimento virginal, vida, morte, ressurreição e com a finalidade última salvar a Humanidade dos seus pecados.
Foi assim, que passaram décadas e séculos, o povo de DEUS (a nação israelita) clamaram o Messias, os profetas anunciaram e todos morreram na fé sem se alcançarem as promessas que DEUS havia feito aos seus antepassados (Hebreus 11:13), nomeadamente a promessa abramica e davídica (Génesis 12:3; 2 Samuel 7:1-16). E como sustenta o autor sagrado da epístola aos Hebreus, “viram-nas (as promessas) de longe e confiaram que DEUS daria aos seus descendentes aquilo que eles esperavam" (o Cristo).
Sucedeu no entanto, que no decorrer do tempo, o povo deixou-se levar por práticas pagãs, e começaram a adorar os falsos deuses e por fim, abandonaram a Palavra de DEUS. Em consequência disso, o SENHOR DEUS, fê-los passar por tremendas humilhações e derrotas. Foram maltratados, marginalizados e escravizados pelos seus inimigos. Com quatro séculos de opressão no Egipto (Génesis 15:13; 46:1-34); invadidos pela Assíria (2 Reis17:1-6; 18:9-15) e conquistados pelos Babilónicos (2 Reis 24:1-4; 2 Crónicas 36:5-7; 2Reis 24:8-17; 2 Crónicas 36:9-10; 2 Reis 25:1-21; Crónicas 36:11-21). Mas DEUS, sendo rico em misericórdia nunca os desamparou, sempre esteve presente nos seus desgostos e angústias para lhes darem lições e orientações na conduta que devem seguir, que é de voltar a origem da verdadeira adoração.
O silêncio de 400 anos que reinou em Israel, não obnubilou o pacto de DEUS com o Seu povo (DEUS jamais falhará nas suas promessas). No ano zero da nossa era, nasceu Aquele que todo mundo esperava: o Grande Rei, o Príncipe da Paz, o Pai da Eternidade, o Emanuel (Isaías 9:5). O Logos que substituiu da Sua eterna glória, identificando-se connosco, deste modo cumprindo à vontade do Pai (Filipenses 2:6-7), dando-nos novamente o acesso a DEUS. Tal como profetizava os profetas de DEUS, nomeadamente os profetas Miqueias e Isaías, aquele de forma explícita, considera que em Bélem-Efrata, embora seja tão pequena entre as terras de Judá, dali sairá aquele que vai ser o guia de Israel; ele descendente duma família, cuja origem vem dos tempos mais antigos (Miquéas 5:2). E este por sua vez, acrescenta que “a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel, que significa DEUS connosco (Isaías 7:14 citado também por evangelista Mateus, Mateus 1:23), tudo para iluminar o povo desesperado que andava em trevas, sem qualquer tipo de esperança (Isaías 9:2)”. Luz essa, que segundo o Apóstolo Paulo, “raiou nos nossos corações, anulando a conta desfavorável das nossas dívidas, a qual nos condenava segundo a exigência da lei. Ele acabou com essa conta pregando-a na cruz, e venceu as autoridades e os poderes. Humilhou-os publicamente e levou-os prisioneiros em sinal de triunfo, por meio de Cristo” (Colossenses 2:14-15), para assim constituir-nos herdeiros de DEUS e co-herdeiros de Cristo (Romanos 8:17).
Cumprindo à plenitude do tempo pré-estabelecido, DEUS revelou Aquele que é a esperança do mundo decaído, o Messias prometido. E assim, “o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade (João 1:14). Ainda de acordo com as narrativas do evangelista Lucas, realçando as condições adversas da forma como Jesus Cristo havia nascido e da sublimidade que acompanhava aquele momento nas horas posteriores que seguiam ao acontecimento mais marcante de toda a história da Humanidade, dando-nos conta que os pastores que guardavam os seus rebanhos durante as vigílias da noite foram dos primeiros a receber a “boa nova de grande alegria” transmitida pelos anjos. De imediato, apressaram-se para ter o encontro com o menino Jesus. Chegaram a Belém, viram a criança no seu estado humilde "deitada numa manjedoura porque não havia lugar para eles na estalagem". E no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais louvando a DEUS e dizendo: “glória a DEUS no mais alto dos céus e paz na Terra aos homens a quem ele quer bem!” (Lucas 2:13-14). Este é o verdadeiro sentido de natal, adorar e bendizer ao DEUS Altíssimo, por aquilo que É, e fez por nós pecadores.
Perante a verdade exposta, reduzir a mensagem de Natal numa festa meramente familiar que senta num consumismo sem medida e culto a figura do pai natal, como é bastantemente enfatizado no nosso mundo pós-moderno, é desvirtuar o pano de fundo teológico e espiritual que Natal representa para a Humanidade, e um decoro sério por lamentar.
Por isso, meus caros amigos, não se iludam com todas estas euforias que temos estado assistir nesta quadra, porque elas não contêm a verdadeira essência da mensagem do Natal. O melhor presente que podemos ofertar Jesus Cristo, é entregar-Lhe os nossos corações, pedindo-Lhe ajuda e orientação para as nossas vidas, ao mesmo tempo, fazendo as palavras dos anjos o nosso testemunho de vida durante a nossa curta peregrinação aqui na terra, louvando constantemente e bendizendo: “glória a DEUS no mais alto dos céus e paz na Terra aos homens a quem ele quer bem!” (Lucas 2:13-14).
(Artigo escrito há um ano atrás no meu blog "Teses Teológicas", cujo o titulo: “Natal: Contexto e Pano do Fundo Teológico e Espiritual que Representa para a Humanidade", sofrendo alguns aditamentos).
Terminamos assim o nosso último post do ano 2011. A todos os leitores que nos acompanharam até aqui, desejamos-vos um feliz Natal e um 2012 cheio de maravilhas e ricas bênçãos de DEUS.
“Ora ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus, seja honra e glória para todo o sempre! Ámen.” (Apóstolo Paulo em “A Bíblia Sagrada, 1Timóteo 1:17”).