A Decadência Sociopolítica dos Nossos Dias

A conjuntura sociopolítica actual, de que estamos rodeados, é de extrema adversidade a todos os níveis. Não se vislumbra nenhuma política credível por parte daqueles que nos governam, capaz de alterar o rumo das coisas, que cada vez mais estão a caminhar-nos para um beco sem saída, que alguns apelidam de “tragédia final”. O país está falido, juntamente com as suas empresas e famílias, submetendo muita gente o flagelo da miséria e do desemprego, sem condições mínimas para assegurar as despesas básicas, que tem a ver com o sustento diário e outros encargos necessários da vida corrente. 
Se já não temos motivos de orgulho na realidade política vigente, muito menos poderíamos ter do ponto de vista social, na medida que a maioria das consequências políticas que estamos a pagar, derivam única exclusivamente da nossa mentalidade desequilibrada e egocêntrica. 
Vivemos numa sociedade gananciosa e individualista, onde tudo gira em torno da satisfação dos desejos pessoais, sem ver meios para atingir tais fins ("os fins justificam os meios" na máxima de Maquiável), que outrora eram espelho e regras-condutas imanentes da sociedade” (a formulação é do Economista português Vitor Bento, na sua obra “Economia, Moral e Política”). Por esta razão, o pensador e poeta francês, Eustache Deschamps, não podia ter mais razão na sua autocrítica onde expressa um sentimento geral de desânimo e melancolia, afirmando expressamente, que existem apenas "fêmeas e machos estúpidos”, apontando para o fim do mundo.
Com efeito, adoptando o relativismo como o “dever ser”, norteador do nosso comportamento social, diferentemente do “dever ser” proposto por Emmanuel Kant em “Fundamentação da Metafisica dos Costumes”, não admiramos o declínio e obscuridade moral, que temos vindo a assistir na nossa sociedade, no que toca sobretudo os défices de valores, ofensa à moral e aos bons costumes, conflitos anormais nos relacionamentos e de toda a sorte de imoralidades que afectam directa e indirectamente a vida de todos nós.
Para ultrapassar estes maléficos flagelos, é preciso repensar o nosso modelo de sociedade e arranjar alternativas melhores, que sentam nos princípios axiológicos da Pessoa Humana e num humanismo social ajustado, com vista a permitir-nos construir uma sociedade saudável e sem desequilíbrios onde todos possam sentir-se felizes e plenamente realizados.