O Desgraçado do Povo Guineense (2)


Continuação do artigo anterior (LER):
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De tempos para cá que a Guiné-Bissau foi entregue à sorte da deriva total, completamente impotente para reverter o quadro do abismo profundo que o país lentamente está a caminhar. Perdemos a soberania que outrora serviu de pretexto para desencadear a luta de libertação nacional, simultaneamente com a independência financeira, sujeitando-nos às disposições e imposições dos países terceiros, somando a descaracterização identitária da nossa sociedade e da completa inversão dos valores que noutros tempos eram inquestionáveis. 

Como consequências desta desastrosa governação do povo Guineense o país ficou reduzido ao vexame internacional e ao aumento dos flagelos sociais, a começar com a guerra, a subnutrição, as doenças e a pouca esperança de vida dos seus cidadãos. 

Neste momento urgem-se três pertinentes desafios à Guiné-Bissau, com vista a libertar-se definitivamente das sucessivas instabilidades governativas, que se têm instalado ininterruptamente no país, e a alcançar o real desenvolvimento. Primeiro, é extremamente importante regressar à legalidade Constitucional através de um regrado processo de eleições e, consequentemente, devolver a credibilidade do país perante os parceiros internacionais, desbloqueando assim o impasse e as sanções político-económicas que a Guiné-Bissau está condicionado desde o último golpe de estado; segundo, pôr cobro à insubordinação dos militares através de mecanismos exequíveis de consolidação da tão propalada restruturação das forças armadas – o foco de toda a instabilidade do país; por fim, e em terceiro lugar, responder positivamente aos desafios presentes da democracia, o que por sua vez se vai traduzir no respeito pelos direitos fundamentais e pelo regime da separação de poderes. 

Concretizando estes desafios na prática estamos em condições necessárias para construir um caminho fiável de progresso e de rápido desenvolvimento sustentável a curto, médio e longo prazo, tendo como finalidade última a melhoria das condições de vida para o povo Guineense em geral. 

São estas grandes questões nacionais, a meu ver, que os candidatos às eleições deveriam colocar nas suas agendas políticas e trazê-las ao debate público, não aventurando-se em raciocínios falazes, que não passam mais di kafumban! 

Espero sinceramente que DEUS ajude o nosso amado país a erguer-se, e poder realizar este tão nobre desígnio nacional, para a felicidade e o bem-estar de todos nós, guineenses.