Agora que o Presidente da República terminou
os trâmites constitucionais exigidos para demitir o Governo, bem como a
faculdade de poder também dissolver a Assembleia Nacional Popular se assim entender
(art.º 104.2, art.º 69.1 alínea a) da Constituição), as notícias
que chegam de Bissau demonstram a sua irredutível e implacável decisão de apear o executivo
do Engenheiro Domingos Simões Pereira a todo custo (LER),
contrariando assim todas as evidências e os apelos vindos dos Partidos
Políticos, da Sociedade Civil, da generalidade do Povo Guineense e da
Comunidade Internacional (LER).
Em vista disto (a confirmar o trágico intento do senhor Presidente da República), esperamos ansiosamente o nome do
novo Primeiro-ministro e de todo o elenco governamental. E assim, vamos poder
conhecer os homens por detrás de toda esta conspiração institucional no país: os urubus políticos que não querem o progresso e o
bem-estar do Povo Guineense. Os verdadeiros traidores da pátria (LER).
O
Presidente da República não está habilitado para ser o primeiro magistrado da
nação Guineense. É um homem bastante desequilibrado nas suas actuações
políticas e concomitantemente faccioso. Desconhece as suas atribuições
constitucionais e anda à mercê dos seus próprios interesses obscuros. Um ano do
seu mandato veio confirmar, infelizmente, todas essas adjectivações que ele
encarna.
O Presidente da República, de acordo com o
espírito da nossa Constituição, deve abster-se de todo tipo de protagonismo
barato e de entrar em conflitos desnecessários. Com efeito, deve ser símbolo da
unidade, garante da independência nacional e da Constituição. E o que o actual
Presidente tem estado a fazer no país é o inverso das disposições
constitucionais, violando sistematicamente a própria Constituição a qual ele
deveria ser o primeiro a defender.