O conflito Israelo-palestiniano vai mais além
do que o mero reconhecimento e a formação de dois estados na Terra Santa. É um
problema de profundo ódio declarado entre ambos os povos, especialmente dos
palestinianos para com os israelitas, por causa das significativas conquistas
territoriais que estes alcançaram com as sucessivas Intifadas e,
concomitantemente, a sua intransigente política de colonatos na Cisjordânia.
A meu ver a fundação do estado palestiniano é
uma questão secundária e não propriamente determinante na resolução do
conflito, como eradamente muitos julgam. Admitamos até que o cerne do problema
seja a criação do estado palestiniano: com que critérios tal se efectivará?
Quem ficaria com os lugares sagrados que são visceralmente afectos aos dois
povos? Um berbicacho complexo de resolver.
Estive há dois anos no Médio Oriente,
concretamente em Israel e nos territórios Palestinianos (AQUI
e ALI), procurando inteirar-me melhor do
diferendo em apreço e a conclusão a que cheguei é que jamais haverá, aos olhos
humanos, a almejada paz entre os Israelitas e os Palestinianos. Há muitos
factores que concorrem para obstar ao entendimento entre os dois povos, nomeadamente
a diferença ideológico-política, o fundamentalismo religioso que caracteriza
ambos, o preconceito generalizado e a conotação negativa que cada um tem do
outro, são todos factores desestabilizadores na consolidação do processo de paz
naquele conturbado território.