Divagação Agostiniana


Há um fascínio inexplicável em ler o Santo Agostinho de Hipona. A sua colossal obra "A Cidade de Deus" reveste-se de uma profundidade teológica invulgar. É um tratado que todos os Cristãos deveriam ler pelo menos uma vez na vida, especialmente os Evangélicos. Talvez ajudar-nos-ia a aplacar o nosso ímpeto protestante para com os Católicos e redirecioná-lo para os verdadeiros inimigos da Cruz de Cristo – o Diabo e as suas hostes. 

É verdade que há coisas que o "doutor da igreja" defendeu que, infelizmente, não têm qualquer tipo de acolhimento nas Sagradas Escrituras, acabando por influenciar negativamente as mundividências doutrinárias do Vaticano. Mesmo assim é mais aquilo que nos liga do que propriamente aquilo que nos separa, pois muito do património Cristão encontra-se no Catolicismo. 

Retomei, com muita satisfação, a leitura da "Cidade de Deus" depois de um interregno para digerir melhor algumas apologias que jamais poderia concordar, máxime como abordou a questão do pecado original e a conotação minimalista que colocou sobre a fruição sexual no âmbito matrimonial, etc. Contava, inclusive, reduzir por escrito a minha humilde opinião sobre os tais complexos temas, no entanto até hoje não tive, por enquanto, disponibilidade mental suficiente para fazê-lo. Assim que surgir o ensejo fá-lo-ei e será aqui publicada. 

Está a ser bastante frutuosa esta divagação agostiniana. Um deleite espiritual e autêntica bênção, tal como se costuma dizer na gíria Evangélico-Protestante. Estou entusiasmado e bem empenhado na leitura. Conto nos próximos dias acabar o segundo volume e entrar no último. Assim espero.