A Justiça dos Homens


Não concordo com a destituição de Dilma Rousseff do cargo de Presidente da República (LER). Todo o processo foi uma astúcia política, não obstante ter suporte legal. O intuito dos seus polutos acusadores visava apenas afastá-la do Palácio do Planalto, tal como conseguiram. No entanto não tinham o decoro para a condenar, ao ponto de retirá-la o mandato popular expressamente legitimado nas urnas. O presidencialismo brasileiro está muito mal construído (LER), sobretudo a forma arbitrária como estão consagrados os crimes de responsabilidade no artigo 85 da Constituição Federal (em conjugação com o artigo 52) e na Lei nº 1.079, de 10 de Abril de 1950  (LER)

É verdade que Rousseff não foi correcta em algumas das suas actuações políticas, nomeadamente à tomada de empréstimos junto à instituição financeira controlada pela União e à abertura de créditos sem autorização do Congresso Nacional. Mesmo assim, não é um crime bastante grave para perder o mandato. Digo isto porque alguns dos seus predecessores maquilharam as contas nacionais para contornar o défice da república e não lhes aconteceu nada. Porque haveria de acontecer com ela?  De facto, ela não merecia esta funesta sorte. Lamento muito. Foi uma autêntica injustiça ser julgada e deposta por autênticos corruptos (LER).