Luta Contra a Pobreza, na Doutrina Social da Igreja


“No início do novo milénio, a pobreza de milhões de homens e mulheres «é a questão que, em absoluto, mais interpela a nossa consciência humana e cristã». A pobreza coloca um dramático problema de justiça: nas suas diferentes formas e consequências, ela caracteriza-se por um crescimento desigual e não reconhecer a cada povo «igual direito a “sentar-se à mesa do banquete comum”». Tal pobreza torna impossível a realização daquele humanismo planetário que a Igreja almeja e persegue, para que as pessoas e os povos possam «ser mais» e viver em condições mais humanas». 

A luta contra a pobreza encontra uma forte motivação na opção ou no amor preferencial da Igreja pelos pobres. Em todo o seu ensinamento social, a Igreja não se cansa de reafirmar também outros princípios fundamentais seus, entre os quais se destaca o do destino universal dos bens. Com a constante reafirmação do princípio da solidariedade, a doutrina social incentiva a passar à acção para promover o «bem de todos e de cada um, porque todos nós somos verdadeiramente responsáveis por todos». O principio da solidariedade, também na luta contra a pobreza, deve ser sempre oportunamente ladeado pelo da subsidiariedade, graças ao qual é possível estimular o espírito de iniciativa, base fundamental de todo o desenvolvimento sócio-económico, nos países pobres: aos pobres se deve olhar «não como um problema, mas como possíveis sujeitos e protagonistas dum futuro novo e mais humano para todo o mundo».[1]” 



[1] Extraído no Compêndio da Doutrina Social da Igreja, p. 284-285, Principia, 2005.