O Discurso Vazio de Umaro Sissoko Embaló

O discurso de Umaro Sissoko Embaló para assinalar o quinquagésimo aniversário da independência da Guiné-Bissau é um autêntico vazio. É vazio na forma. Vazio no conteúdo. Vazio no enquadramento histórico dos pressupostos que desencadearam a tão almejada proclamação unilateral da nossa sofrida independência.  Sissoko Embaló omitiu de propósito o nome do Engenheiro Amílcar Lopes Cabral como mentor decisivo da história da independência da Guiné-Bissau e Cabo-Verde. Um erro bastante crasso e um insulto deliberado à memoria colectiva do povo guineense. Omitiu o papel amiúde importante do PAIGC na luta de libertação nacional e na consolidação do Estado da Guiné-Bissau. Omitiu, por fim, os nomes dos heróis da luta de libertação, destacando apenas o do General Nino Vieira. 

O discurso de Sissoko Embalo é um cúmulo de imprecisões, inverdades, mediocridades, ressentimentos, pretensiosismos e de vazio aviltante. Não se pode falar da independência da Guiné-Bissau sem, no entanto, falar a fortiori do contributo determinante de Amílcar Lopes Cabral, do seu partido PAIGC e de todos os antigos combatentes da liberdade da pátria, que deram a sua vida para resgatar o nosso povo do jugo colonial português. Sissoko Embaló, por razões ainda desconhecidas, tem o ódio declarado ao PAIGC e do seu líder Amílcar Lopes Cabral. Tanto que, por esta razão, procura sempre branquear a verdade histórica para poder minimizar os feitos universalmente conhecidos e reconhecidos de Amílcar Cabral e do PAIGC. Desvaloriza a nossa data da independência nacional, optando mais por celebrar efusivamente a data da criação das Forças Armadas Guineenses no dia 16 de Novembro – como se esta fosse a mais importante. Retirou despoticamente 23 de Janeiro, a data do início da luta de libertação nacional, do feriado nacional. 

Tudo isto é o registo normal de Umaro Sissoko Embaló. Um registo que desmerece flagrantemente a nossa história, identidade, símbolos e heróis nacionais. Sissoko encarna sempre na sua actuação inverdade, mediocridade, prepotência, autoritarismo e de vazio que não deixa ninguém indiferente. Por isso, esperar que ele seja um estadista à altura é esperar de mais. Umaro Sissoko Embaló é, para desgraça do povo guineense, um autêntico vazio existencial.