«Por
conseguinte, o varão semearia e a mulher receberia prole, sendo os órgãos
genitais movidos, quando e como fosse necessário, sob o impulso da vontade e
não pela excitação libidinosa. Efectivamente, nós movemos à vontade não somente
os membros constituídos por ossos compactos – como os pés, as mãos, os dedos –
mas também os que são flácidos, constituídos por carnes e nervos. Quando
queremos, movemo-los, agitando-os; alongamo-los, estendendo-os; encolhemo-los,
dobrando-os; endurecemo-los, contraindo-os – tal como a vontade move, na medida
em que lhe é possível, os que estão na boca e na face. (…) o homem já não vive
como quer. Julgar-se-ia feliz se vivesse como quer. Mas nem isso seria, se
vivesse vergonhosamente.»
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(Santo Agostinho, in A Cidade de Deus [Volume II], p. 1307 e 1309, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2011).