Estive no domingo passado e ontem a pregar no culto da
manhã na Igreja Evangélica Baptista de Mem Martins, a convite do Pastor Mário
Jorge Marques – responsável da mesma comunidade.
No primeiro domingo preguei sobre o Salmo
126:1-6, repetindo assim o mesmo texto que tinha usado há três meses no culto
da tarde da minha Igreja, a Evangélica Baptista da Amadora. Enfatizei sobre
o significado e o alcance prático que o cativeiro babilónico representou para o
povo eleito de DEUS no contexto da passagem bíblica em apreço, fazendo a analogia dela
com a Igreja de Cristo nos dias coevos, mormente as inevitáveis adversidades
que acompanharão sempre o crente no seu percurso espiritual, traduzido nas
palavras do salmista como "lágrimas". As indesejadas
lágrimas, exortei, não podem ser, em circunstâncias nenhumas, causas
impeditivas ou desculpas para não semear a preciosa mensagem do Evangelho no coração dos
humanos que carecem da maravilhosa Graça Divina.
Apesar de beneficiarmos integralmente da miraculosa
dádiva da salvação e alegrarmo-nos com ela, todavia temos que consciencializar
que no decorrer da nossa peregrinação aqui na Terra não estamos totalmente
imunes as pressões constantes e desgastantes contrariedades da madrasta vida
que nos fazem sofrer penosamente de múltiplas formas. O bom combate da fé (Efésios
6:10-18; 1 Timóteo 6:12-15) envolve bastante sofrimento. Por isso, tendo
presente esta grande verdade, o Apóstolo Paulo instou ao seu pupilo Timóteo a
participar com ele nos sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus (2
Timóteo 2:3). E na epístola aos Coríntios, vai mesmo ao ponto de se
regozijar com os sofrimentos, afirmando categoricamente que "alegro-me,
portanto, com as fraquezas, as injúrias, as privações, as perseguições e as
angústias que passei por amor de Cristo. Pois quando me sinto fraco, então é
que sou forte" (2 Coríntios 12:10 e em conjugação com Colossenses
1:24).
E mais, a história dos grandes heróis da fé ilustra
muito bem esta importante realidade de "lágrimas" no
percurso diário do crente (Hebreus 11:1-39). Tudo isto para
concluir – inequivocamente – que os problemas e os sofrimentos presentes não
devem servir de desânimo para o fiel seguidor do Senhor Jesus e, muito menos,
obstar a sua genuína profissão de fé e compromisso sério com a causa do Evangelho,
mas sim de estímulo para continuar – reiteradamente – a semear a salvação, uma
vez que "quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com
júbilo, trazendo os seus feixes", encerra peremptoriamente o
salmista (Salmo 126:6; também Mateus 5:4).
Já ontem o texto que partilhei com a Igreja foi
sobre Colossenses 3:1-17. Depois de fazer o seu enquadramento
teológico, e de criticar a incongruência e o superficialismo secularista
reinante no mundo dito judaico-cristão, especialmente na vida daqueles que se auto-intitulam "Cristãos" mas
que, infelizmente, adoptam atitudes e comportamentos desviantes que não se coadunam com os
impolutos Princípios e Valores bíblicos, passei a desenvolver cada um dos
dezassete versículos. Expliquei-os, pormenorizadamente, enfatizando o sentido
de Nascer de Novo nas Sagradas Escrituras, que se traduz na morte pelo pecado e a
ressurreição para uma nova vida escondida em Jesus Cristo.
A incompatibilidade existente entre as coisas do céu e
as da terra, bem como ser filho de DEUS e filho da desobediência, deve
levar-nos a abandonar definitivamente a velha natureza carnal e a pautar a
nossa conduta pelas nobres virtudes da Palavra de DEUS. É imperativo o
crente fazer morrer a sua natureza terrena, despojando-se de todos os vícios
nocivos que foram enumerados no texto bíblico pelo Apóstolo Paulo
(Colossenses 3:5-6; 8). Ao contrário desta necessária e indispensável renúncia, o crente
deve revestir-se, pois, como eleito santo de DEUS de amor, de paz, de
misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade, de
perdão, de alegria, de gratidão e de todas as coisas que agradam ao Senhor
Jesus Cristo no seu testemunho de vida. Por fim, tudo o que fizer, seja em
palavra, seja em acção, fazê-lo em nome do Senhor Jesus, dando por Ele graças a
DEUS Pai, conclui assim a pregação.
Foi para mim uma experiência enriquecedora e
gratificante. Gostei imenso de estar com os estimados irmãos de Mem Martins e
juntos crescermos espiritualmente. A ocasião serviu ainda para rever amigos de
longa data, bem como saber que o meu irmão Evaristo Vieira (LER) também
pregou na mesma igreja num passado longínquo.
Em suma, e para efeitos de registo, reitero mais uma vez
os meus sinceros agradecimentos à Igreja de Mem Martins e ao seu Pastor Mário
Jorge Marques, por me ter dado esta honrosa oportunidade de partilhar a Palavra
de DEUS com a sua congregação. Ainda agradecer, de forma muito especial, à irmã
Maria José Alexandre e ao Pastor Manuel Alexandre Júnior (LER)
que fizeram questão de recomendar-me a mesma Igreja. A todos, agradeço
penhoradamente por tudo. Que o nosso Eterno DEUS ricamente vos abençoe e vos
guarde na Sua Graça e Paz.