«É verdade que esta geração de filhos únicos, netos únicos e sobrinhos únicos de parentes divorciados ou amancebados é herdeira de 007 e Indiana Jones, Star Trek e Star Wars, Super-Homem e Batman, falhos de matrimónio e fertilidade. É verdade que a emancipação da mulher a masculiniza, desprezando as características femininas, no esforço obsessivo de as provar capazes em jogos de homens. É verdade que, em nome da liberdade sexual radical, se abandonam dignidade e equilíbrio, sacrificando essa liberdade no altar do deboche. Mas todos estes traços ideológicos, dominantes em filmes e novelas, discursos e conversas, leis e vida, são consequência e manifestação, não causa da situação. (…). Quem vê a vida como projecto de poder, promoção ou prosperidade, quem toma como finalidade da existência a realização na carreira e prazer, nunca enfrentará os enormes sacrifícios exigidos por um casamento feliz e fecundo.[1]»
[1] Professor Doutor João César das Neves, in Diário de Notícias (LER). A Jornalista e Feminista Fernanda Câncio, na réplica deste artigo, vai ao ponto de considerar que “Neves tem todo o direito a ter aversão ao sexo, à igualdade de género, à liberdade, aos contracetivos, ao aborto, à homossexualidade, ao divórcio, ao ateísmo, etc. O problema, dizia ainda ela, “começa quando, para “fundamentar” as suas aversões, o cronista insiste em falsear a história”, concluindo que “há gostos para tudo: César das Neves tem a nostalgia da “família tradicional”(LER).