A Mulher e os Livros


Ponho hoje um ponto final, depois de um ano e sete meses ininterruptos, na serie publicação "A Mulher e os Livros" (VER). Escolhi as mulheres para retratar, tendo em conta o meu intrínseco "lado feminino" – poderá, porventura, esperar-se algo diferente de um homem com quatro germanas? A resposta é obviamente negativa (LER). O livro deve-se ao facto de ser uma das ferramentas imprescindíveis para uma autêntica emancipação de qualquer ser humano, sobretudo das marginalizadas mulheres, do jugo opressor que, ainda nos nossos dias pós-modernos, a sociedade continua insensivelmente a reduzi-las. A instrução, a cultura, a civilização, a sabedoria, a autonomia e autodeterminação, estão todos contidos nos livros de vários saberes humanos. Uma mulher com boa bagagem de leitura (boa formação, bem entendido) certamente que tem mais antídotos necessários para, de forma eficaz, fazer face aos abusos da sociedade machista e injusta em que estamos circunscritos. Dito por outras palavras, está mais habilitada a viver condignamente no mundo dos homens. 

Enfim, não vou entrar mais em delongas. Falar da Mulher não é tarefa fácil, até porque ela não pode ser circunscrita apenas uma única formulação. Por isso, "os poetas exaltaram as qualidades, os moralistas colocaram a nu os defeitos, os publicistas discutiram os direitos, os médicos descreveram as doenças, os fisiologistas mostraram os mais íntimos segredos da sua organização", escrevia sabiamente Cérise. Mesmo assim, a mulher será sempre mulher, independentemente do estudo realizado a seu respeito, o juízo formado e contexto em que esteja inserida. O mistério vivente, por virtude do qual o homem nasce, vive e morre. Eis a verdadeira definição e encarnação da Mulher na sua multiforme configuração antropológica.