Amar é Dar Tudo



A sublime figura de estilo usada pelo Apóstolo Paulo para caracterizar o Amor em 1 Coríntios 13:1-13 (LER) não encontra paralelismo em lado algum, bem como em nenhum outro pensador clássico, moderno ou dos nossos dias contemporâneos. Nem nas argutas formulações poéticas de Ovídio, o grande “Mestre de Amor” da antiguidade, e nem nas heróicas obras literárias de William Shakespeare ou pomposas canções românticas de Edith Piaf e tão pouco encontrada na mitologia de Tristão e Isolda (LER). É um Amor plenamente holístico e sacrificial em todas as suas dimensões humano-espirituais. Transcende, em larga medida, o mero altruísmo pessoal. Não envolve contrapartidas. Colide com as injustiças, as inverdades, o egoísmo, a jactância, o moralismo hipócrita, o falso saber e a espiritualidade de fachada. Não é passível de arbitrariedades ou mudanças circunstanciais. Ele é constante, incondicional e sempiterno. É mais precioso do que todos os bens mundanais, os dons espirituais e a própria vida. É um Amor que, sendo encarnado pelos Homens com índole de “boa vontade”, procura compreender mais do que ser compreendido, consolar do que ser consolado, amar do que ser amado. É um Amor omnipotente que nos remete indubitavelmente para o Todo-poderoso DEUS – a razão primária e última de todo e qualquer tipo de Amor. 

Por isso, tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. É um amor que derruba os preconceitos humanos, supera os impossíveis, constrói pontes e projecta-se para a eternidade. Este Amor merece ser fervorosamente enaltecido, cantado, proclamado, partilhado e sobretudo vivido. Que assim seja sempre nas nossas vidas, isto é, de viver sempre no Amor, pelo Amor e para o Amor.