A oração não é um paliativo na vida do
Cristão. Não é uma ferramenta para circunstancialismos momentâneos de recaídas
deliberadas. Também não é um sedativo para a consciência temerosa. Não serve
exclusivamente para os casos limite de dificuldades, insucessos, frustrações e
aflições. Não visa saciar o ego, nem deve consubstanciar-se em tautologia
alienante e espetáculos espirituais degradantes (1 Coríntios 14:6-12;
23; Mateus 23:14). Não é nada disso. Ela excede, em larga medida, as
redutoras arbitrariedades humanas e as suas polutas aspirações.
O crente no Senhor Jesus deve reiteradamente
orar pela efectivação da vontade soberana de DEUS no mundo, pela sua vida em
particular, da Igreja em especial, dos seus familiares, amigos, inimigos e
patrícios, bem como dos dramas que afectam o mundo e conversão da Humanidade a
mensagem do Evangelho. Estar, acima de tudo, agradecido a DEUS pelo passado, o
presente e apelar à graça pelo futuro. Deve, outrossim, zelosamente orar pelas coisas boas e más, que inevitavelmente
acontecem na sua vida e no mundo, máxime da vida, da saúde, do pão diário, da
confissão dos pecados e o livramento das investidas malévolas de Satanás (Mateus
6:9-13; Lucas 11:2-4 [LER]). O Cristão não pode
basear a sua oração em presunção e, tão pouco, fazer uma interpretação literal
das palavras do Senhor Jesus, que expressamente diz: “e, tudo o que
pedirdes em oração, crendo, o recebereis” (Mateus 21:22), julgando que se a
oração não for atendida, em todas as situações, é por falta de fé. Orar com fé
nem sempre é sinónimo de resposta garantida, tal como equivocamente alguns
Cristãos ainda julgam, visto que ficamos sempre aquém da realidade espiritual.
As nossas orações devem sempre ser pautadas por legítimas expectativas e
conjugadas com a suprema vontade do Omnisciente DEUS, porque muitas vezes
pedimos mal para satisfazer meramente o nosso orgulho e deleites carnais que
não se coadunam com a vida sacrossanta (Tiago 4:1-3; Romanos
8:26).
Tal não significa, no entanto, que nos
devemos deixar de orar ou retrair nos nossos genuínos pedidos de oração.
Devemos fervorosamente “orar em todo o tempo com toda a oração e
súplica no Espírito” (Efésios 6:18), isto é, por tudo aquilo que nos
aprouver e acharmos conveniente, sem prejuízo de consciencializarmo-nos de que
podemos ter uma resposta positiva ou negativa por parte do Todo-Poderoso DEUS.
Mesmo assim, continuamos penhoradamente gratos a ELE pela tão maravilhosa
salvação, que graciosamente nos outorgou mediante o Senhor Jesus Cristo (LER), uma vez que o Seu poder também se aperfeiçoa na
fraqueza (2 Coríntios 12:9 [LER]) . O substrato
das nossas orações deve ser pelo cumprimento cabal da vontade soberana de DEUS
em todos os domínios da vida, insistimos. As nossas orações não devem
circunscrever-se unicamente a pedidos, mas também à gratidão, louvor e adoração
por tudo Aquilo que o Altíssimo DEUS É, representa e fez por nós miseráveis pecadores.
A oração é um instrumento
poderosíssimo de que os Cristãos dispõem para falar livremente com o Bondoso
Jeová e verem concretizarem-se os impossíveis do ponto de vista humano
(milagres, bem entendido). Ela ajuda-nos a estar permanentemente no centro da
vontade de DEUS, funcionando como um antídoto imprescindível para não cairmos
na cilada do Diabo e concomitantemente vencê-lo na força do Espírito
Santo (Mateus 26:41; Lucas 22:40). Tem o poder para sarar as nossas
feridas, fazer desaparecer os nossos pecados (Tiago 5:13-15) e
bastante determinante no sucesso da Evangelização e Missões (Lucas
10:2). Habilita-nos ainda a expulsar os demónios (Mateus 17:21) e
um dos elementos intrínsecos e eficazes da armadura de DEUS (Efésios
6:18). Com ela podemos ser milagrosamente abençoados (Mateus 7:7-8) e
receber o consolo de DEUS (2 Coríntios 1.1-4). É um manancial para
obtermos a sabedoria Divina (Tiago 1:5), proporcionando-nos a paz
interior, a força e o discernimento suficiente para nos reconciliarmos com
DEUS, connosco, o próximo e tudo aquilo que está ao nosso redor (Filipenses
4:6-7). Por isso, somos desafiados a orar incessantemente sem
cessar (1Tessalonicenses 5:17), porque “a oração feita
por um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5:16).
A oração, em suma, tem o poder para
restaurar vidas perdidas, converter o pecador dos seus maus caminhos, libertar
de todos os vícios, frustrar plenamente todos os maléficos planos satânicos e
salvar da perdição eterna. Usemos, pois, de forma sábia, intrépida e
incessante, o poder da oração para sermos Cristãos bem-sucedidos na nossa
peregrina caminha neste “presente século mau”. Só assim, sairemos
completamente vitoriosos para as bem-aventuranças eternas, ganhando ao mesmo
tempo muitas almas para o Reino de DEUS. Que assim seja.