É inquestionável o papel preponderante e determinante dos
partidos políticos na qualidade e afirmação de uma Democracia. Configuram-se holisticamente como baluartes das legitimas expectativas dos cidadãos dentro do
panorama político-governativo. Não se pode falar da Democracia Participativa,
sem falar dos partidos políticos e vice-versa. São duas realidades
concomitantemente intrínsecas e indissociáveis. Por isso, tal como escrevemos
no artigo precedente (LER), a questão não tem propriamente a ver com a germinação e proliferação massiva dos partidos políticos neste momento na Guiné-Bissau, mas sim com a reconfiguração dos
mesmos corruptos e inabilitados políticos que tão bem conhecemos de outros carnavais. São pessoas limitadas e medíocres que, por
vicissitudes várias, não dispõem de uma agenda reformista e credível para fazer
a Guiné avançar. Apenas estão preocupadas em chegar a todo o custo ao poleiro
governativo e, deste modo, acertarem contas uns com os outros e satisfazerem as suas concupiscências.
Por mim, como dizia um ilustre desconhecido, vou vibrando
com as coisas pequenas da minha domesticidade e esquecendo esses alaridos de "guinendadi" que acabam em rotatividade de falsa democracia, ou seja na alternância de cabos
partidários e suas clientelas, num eterno retorno sem muita erosão. Se isso,
portanto, é a "nação" ou a "democracia", que
a maioria dos guineenses se orgulha, não contem comigo. Estou fora. Mesmo fora.
Roubem-me o esforço e a tranquilidade; a dignidade e o bom senso é que não!