Tem-se falado muito
pouco no seio do Cristianismo sobre a execrável figura do Diabo e do
enormíssimo perigo que representa para a Humanidade, máxime na vida dos crentes
no Senhor Jesus Cristo. Ele, o Belzebu, também conhecido como o grande Dragão,
Satanás, Lúcifer, o Acusador, o Pai da Mentira, o Príncipe das Potestades do Ar
e dos Demónios ou Antiga Serpente[1],
é a origem e finalizada encarnação do pecado na sua multiforme configuração
cosmo-antropológica e do caos existente no Mundo. Deleita com a depravação e
toda a sorte de abominação. Milita inutilmente contra DEUS, a Sua impoluta
Palavra e obra da Sua criação, bem como contra as suas criaturas e filhos em
especial.
O Diabo é a autêntica
personificação do mal em todos os sentidos do termo. O seu frustrado objectivo
é desorientar e arruinar definitivamente os eleitos filhos de DEUS, levando-os
para a arena do pecado e consequentemente para a morte eterna. Desdobra-se
incansavelmente em promover injustiças no Mundo, corrupções, desconfianças,
inimizades, descriminações, rivalidades, invejas, conflitos, ódios, abusos,
vinganças, guerras e matanças entre as pessoas. Consciente deste facto, o
reputado Teólogo João Calvino escrevia que “Satanás […] mil vezes por dia nos
tira do caminho certo[2]”.
Na mesma esteira do pensamento, o Reformador Martinho Lutero no seu famoso hino
“Castelo Forte é Nosso Deus” considerava que “com força e com furor nos prova o
Tentador, com artimanhas tais e astúcias infernais que iguais não há na terra”.
Como é do conhecimento
dos Cristãos, ou pelo menos presumimos, o Diabo é a causa inicial e última de
todos os males existentes no mundo. Foi ele que induziu engenhosamente Adão e
Eva a desobedecerem deliberadamente às ordens expressas de DEUS no início da
criação (Génesis 3:1-7) e continua ainda hoje a fazê-lo astutamente com a
Humanidade em geral. O Apóstolo Pedro, de forma manifesta, apelida-o como o
nosso “adversário, andando em redor, como leão que ruge procurando alguém para
devorar” (1 Pedro 5:8). O Senhor Jesus, a seu respeito, sustentava
peremptoriamente que “foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na
verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que
lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (João 8:44). Com efeito,
somos exortados pelas Escrituras Sagradas a não lhe dar a mínima manobra de
oportunidade (Efésios 4:27), antes pelo contrário resistir-lhe firme e
constantemente na fé, através da obediência plena à Palavra de DEUS, “orando em
todo o tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica
incessante por todos os santos” (Efésios 6:10-18). E assim, com esta decente e
firme postura Cristã, ele fugirá de nós (Tiago 4:7).
O Diabo, o nosso
acusador (Job 1:6-12), importa ainda salientar, já foi definitivamente
derrotado na Cruz do Calvário e condenado a permanecer perpetuamente no
inferno, juntamente com todos os demónios e aqueles que declinaram a Graça
Salvífica do Senhor Jesus Cristo (Apocalipse 20:10). O Senhor Jesus venceu-o e
deixou-nos também a promessa de vencermo-lo na força do Seu Poder. Por isso,
“somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Romanos 8:37). É
isto que nos deve alegrar o coração, preencher a nossa rotina espiritual em
todos os momentos, dias, meses, estações do ano e até à consumação dos séculos.
Que assim seja pela fé. E assim sempre será.