Confissão Pública de Um Santo Pecador


A vida é feita, na sua generalidade, de surpresas. Surpresas que podem ser boas ou más, dependendo de situações concretas, circunstâncias dos factos e ocasiões em que eles ocorre(ra)m. A vida Cristã ainda mais. A espiritualidade é um mundo de surpresas, que requer o cuidado redobrado e discernimento suficiente para poder lidar sabiamente com elas. As surpresas vão sempre, inevitavelmente, surgir no nosso percurso de vida. O Todo-poderoso DEUS surpreende-nos permanentemente pela positiva, coroando-nos com as mais infinitas bênçãos espirituais nas regiões celestiais (Efésios 1:3). Ao passo que o inimigo, o nosso declarado e pior adversário, o Diabo, anda à nossa volta, como um leão a rugir, procurando-nos devorar (1 Pedro 5:8). Por isso, somos prevenidamente exortados pelos autores sagrados para sermos prudentes e vigilantes com as suas malévolas artimanhas, que visam em última instância afastar-nos de DEUS e consequentemente destruir-nos. 

É verdade, para nós que somos eleitos filhos de DEUS, o Diabo já não tem qualquer tipo de poder sobre as nossas vidas. Não pode intentar qualquer acto que não seja da permissão Divina. Não pode decidir o nosso futuro e destino. Não pode anular a salvação que o Altíssimo DEUS soberanamente nos outorgou, mediante o sacrifício expiatório do Senhor Jesus na cruz do Calvário (LER). O amor, a graça, o perdão, a bondade e a misericórdia de DEUS sempre serão constantes nas nossas vidas e seguir-nos-ão todos os dias da nossa vida, conduzindo-nos à Casa do Senhor para toda a eternidade (Salmos 23:6). Pela incomensurável graça de DEUS, vencemos os infortúnios da vida, a tribulação, a angústia, a perseguição, os limites temporais, a morte e o próprio Diabo e todos os seus malditos seguidores. Somos assim, em todas estas coisas, “mais do que vencedores, por aquele que nos amou” (Romanos 8:37). 

Apesar de todas essas maravilhosas e inauditas bênçãos espirituais, que obtivemos pelo exclusivo mérito do Senhor Jesus Cristo, mesmo assim, olhando concretamente para a minha vida, fico sempre bastante aquém de corresponder na íntegra à suprema vontade de DEUS. Não por falta de conhecimento teológico ou das Escrituras Sagradas, mas sim por acto deliberado da minha parte. Peco intencionalmente por acção e/ou por omissão para alimentar egoisticamente os meus desordenados caprichos sensoriais e carnais, o que consubstancia uma clara contradição com o ideal da vida Cristã. Pecados reiterados que vão minando a minha comunhão com DEUS, gerando um défice acentuado na minha espiritualidade. Não é propriamente uma postura que me agrade. Não me sinto feliz, sabendo que estou a desobedecer aos impolutos Mandamentos de DEUS. Os meus pecados sempre me desagradaram profundamente. 

No entanto, parece que há uma força inexplicável que me leva a este acto de transgressão. Vivo permanentemente com este dilema e vai sempre perseguir-me para o resto da minha vida. Sou mesmo um miserável ser humano. Nem me compreendo, tal como o Apóstolo Paulo, “pois não faço aquilo que queria fazer e faço o mal que detesto. (…). Não faço o bem que eu quero, mas faço o mal que não quero (…). Encontro pois em mim esta regra: quando eu quero fazer o bem, faço mas é o mal. Cá no meu íntimo, eu quero seguir a lei de Deus, mas vejo que no meu corpo há uma outra lei que está contra a lei do meu entendimento. É isso que me torna prisioneiro da lei do pecado que está no meu corpo. Que homem infeliz eu sou! Quem me libertará deste corpo que me leva à morte?” (Romanos 7:15; 19-24). 

Por conseguinte, confesso aqui publicamente os meus pecados, pedindo perdão ao meu Eterno DEUS. Sei, de acordo com a revelação da Tua Palavra, “não desprezas um coração arrependido e humilde” (Salmos 51:17). Peço perdão pelas inúmeras faltas que livremente tenho cometido. Perdão pela frouxidão espiritual. Perdão pela falta de fé em várias ocasiões da minha vida e indolência na Tua Santa Seara. Perdão por não mostrar o amor Cristão ao próximo e irmãos na fé em especial, bem como por palavras torpes que vão saindo da minha boca que em nada te glorificam. Perdão pelas incongruências, hipocrisia, falsidade, soberba, concupiscência, desonestidade e falta de santidade. Peço perdão por não deixar o Teu Santo Espírito preencher integralmente a minha vida.   “Ó Deus, pelo teu amor, tem compaixão de mim; apaga os meus pecados, pela tua grande misericórdia! Lava-me completamente da minha maldade; purifica-me dos meus delitos. Reconheço as minhas faltas e estou sempre consciente dos meus pecados. Pequei contra ti, somente contra ti, fazendo o mal que tu condenas (…). Ó Deus, dá-me um coração puro; renova e dá firmeza ao meu espírito. Não me afastes da tua presença nem me prives do teu Santo Espírito! Faz-me sentir de novo a alegria da tua salvação; mantém-me com o teu espírito generoso, para que eu ensine aos transgressores os teus caminhos e os pecadores se voltem para ti. Ó Deus, tu és a minha salvação! Livra-me da morte e anunciarei com cânticos que tu és justo” (Salmo 51:1-6; 12-16). Amém.