“Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades”, diz a sabedoria popular. Sic transit gloria mundi, formulava há séculos Tomás de Kempis na sua obra “Imitação de Cristo”. Sergio Moro saiu tarde para um cargo que não deveria ter ocupado (LER), tendo em conta a futrica jurídica e falta de imparcialidade que teve no processo “lava jato”, que precipitou a condenação prematura de Lula da Silva e consequentemente vedando-lhe a possibilidade de ser candidato nas eleições presidenciais brasileiras de 2018 (LER). É um homem, tal como se pode constatar, habilidoso e simultaneamente ambicioso pelo poder. Estava, de uns tempos para cá, a fazer sorrateiramente cama a Bolsonaro para depois desafiá-lo nas eleições presidenciais de 2022, maximizando na medida do possível todo o capital eleitoral do Presidente Bolsonaro, razão pela qual este jogou sabiamente pela antecipação e prevenção, afastando-lhe do poder (LER).
É verdade que o Presidente Jair Bolsonaro é um político provocador, imprevisível nos seus actos e com vários defeitos. No entanto, não fazia qualquer sentido um ministro no seu governo estar a instrumentalizar a Polícia Federal contra os seus interesses, colocando em causa a reputação dos seus aliados directos e família em especial com o intuito de enfraquecê-lo politicamente, tal como o director da Polícia Federal estava a fazer com o beneplácito de Sergio Moro. Dir-me-á: ambos estavam a fazer o seu trabalho e o Presidente Bolsonaro tinha apenas que respeitar a separação de competência. É verdade esta contra-argumentação. Da mesma forma, o Presidente da República tem a prerrogativa constitucional de afastar no seu governo quem já não merece a sua confiança política.
Por isso, em suma, Sergio Moro saiu tarde para um cargo que não deveria ter ocupado. Saiu pela porta dos fundos. Agora, sem dúvida, tem todo o tempo do mundo para preparar melhor a sua candidatura para as eleições presidenciais de 2022. Para já, o Presidente Jair Bolsonaro está mais firme do que nunca para lutar contra os ventos e marés.