Sem Anos de Solidão



Foto tirada hoje na minha biblioteca, três de Janeiro, dia do meu aniversário. 


Há uma convergência planetária que o ano 2020 foi bastante desafiante a todos os níveis. Fomos testados até ao limite pelo vírus do coronavírus, desdobrando-se as suas nefastas implicações nos domínios politico-constitucionais, económico-financeiros, laborais, familiares, eclesiásticos e cognitivos na vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Mesmo assim, alicerçado na minha mundividência puritana e optimista, sou da inteira opinião que todos nós que conseguimos entrar com vida neste novo ano que agora inicia não temos razões suficientes para lançar anátemas sobre o ano transacto. 

Da minha parte, confesso, estou penhoradamente grato a DEUS por tudo o que tenho vivido em 2020 – quer sejam coisas boas ou coisas aparentemente más. Também estou grato a DEUS por poder entrar neste novo ano com vida e saúde, consciencializando-me, cada vez mais, da suma importância de zelar pela minha saúde, através de hábitos sóbrios e prudentes. Tenho feito significativas restrições alimentares, abdicando de apetitosas guloseimas e outras comezainas, bem como adoptado a prática regular de exercício físico. Como consequência disso, perdi bastante massa gorda no corpo. Perdi imenso peso. Perdi o fardo de estar acima do peso. Perdi tudo aquilo que estava desregulamentado na minha vida do ponto de vista físico-alimentar e ganhei uma saúde com qualidade. Também ganhei a noção de viver para comer e não comer para viver. Todo este despertamento foi sobretudo no ano passado. 

Por isso, acabei o ano de 2020 com o despertamento. O despertamento para uma vida mais regrada e cautelosa. O despertamento para uma vida espiritual mais vigiada e comprometida. O despertamento para as coisas de DEUS e um engajamento mais acentuado com a santidade. O despertamento para mais empatia com o próximo e uma predisposição para ser melhor “cidadão do mundo” e fiel discípulo do Senhor Jesus Cristo. Entrei, de forma subsumida, no ano de 2021 com o despertamento no coração. No entanto, mesmo assim, fui ainda “despertado” pelos terceiros que me telefonaram para dar um bom ano, instando-me a despertar, com extrema urgência, para constituir família, isto é, para casar o mais rápido possível e começar a fazer filhos. É uma pressão que tem vindo de todos os lados – por parte dos familiares e dos amigos. Limitei-me apenas a registar esta oportuna chamada de atenção, remetendo-a para a soberana vontade de DEUS na minha vida e no tempo oportuno que ELE aprouver para eu edificar um lar. É verdade que este desiderato está manifestamente patente nos meus horizontes e planos prioritários, razão pela qual tenho a plena consciência da “pressão da idade” a este nível. Ainda por cima entrei no novo ano fazendo também anos. Já não tenho idade para não ter capacidade de discernimento, mormente de saber aquilo que pretendo com a minha vida. Os anos que faço hoje são inteiramente suficientes para ter a noção exacta daquilo que realmente quero ser e como percorrer para atingir tal objectivo. Não me considero uma pessoa depressiva e com remorsos. Não me considero uma pessoa frustrada ou fracassada. Da mesma sorte, não me considero uma pessoa solitária e infeliz. Considero-me, antes pelo contrário, uma pessoa abençoada, bem-sucedida, realizada e feliz. Uma pessoa reconcialiada com DEUS, com o próximo e com tudo à minha volta, especialmente ancorada na graça soteriológica do Senhor Jesus Cristo. Vivo sem dias, semanas, meses e anos de solidão. 

Comemoro hoje 37 anos de idade, graças a DEUS. Mais uma primavera na vida. Mais um dia de comemoração. Mais um dia de gratidão e de júbilo. Mais um dia de testemunho e de festa. Estou grato ao meu Eterno DEUS pela vida e saúde que me tem conferido até à data presente. Grato pelas inúmeras e extraordinárias experiências vividas ao longo destes anos todos. Grato pela família, irmãos na fé, amigos que me têm acompanhado em todos os ciclos e momentos do meu percurso de vida. Grato pelas muitas e infinitas bênçãos celestiais que o Todo-poderoso DEUS me tem, de forma imerecida, proporcionado. Grato, acima de tudo, pelo dom inefável da vida. Fechou-se, ontem, felizmente, um ciclo de vida e abre-se um novo a partir de hoje com elevadas expectativas no horizonte por concretizar, querendo DEUS. Até aqui me ajudou o SENHOR. A ELE toda a Honra, o Louvor, a Glória e o Poder pelos séculos dos séculos. Que assim seja. E assim sempre será.