O Primeiro Conselho de Ministros Liderando Por Geraldo Martins

Registo com bastante satisfação o facto de a reunião do Conselho de Ministros de anteontem e de hoje voltar a realizar no palácio do governo, cortando assim com o açabarcamento e usurpação de poderes executivos por parte de Umaro Sissoko Embaló. Em circunstâncias nenhumas o Conselho de Ministros poderia ficar a realizar no palácio da república, tal como tem feito ininterruptamente Sissoko Embaló nos últimos anos. É um precedente grave, perigoso e inconstitucional, que atenta contra o nosso modelo semipresidencial. Por outras palavras, à vista de todos e pela impotência de todos os órgãos da soberania, Sissoko Embaló capturou todos os poderes da república e autoproclamou-se como “único chefe” do país, e com todas agravantes ditatórias que isto representa na vida dos guineenses. 

Por isso, fiquei bastante contente por ver o Conselho de Ministros voltar ao Palácio do Governo. Pelo menos, teremos novamente um verdeiro poder executivo a ser exercido pelo governo e não pelo presidente da república. Vou estar atento nas próximas semanas para certificar se, realmente, esta firme decisão do Primeiro-Ministro Geraldo Martins é mesmo para se manter. Espero que assim seja. Também fiquei bastante contente pelo governo ter decidido baixar consideravelmente o preço exorbitante do arroz no mercado, com vista a facilitar a vida dos nossos pobres e fustigados patrícios. Os meus parabéns para o governo do Dr. Geraldo Martins por estas duas sábias e cruciais decisões políticas. 

É preciso ainda fazer muitas coisas, sobretudo baixar para os preços aceitáveis os produtos da primeira necessidade e cortar drasticamente na obesidade do estado (as excessivas mordomias, exorbitantes salários e dispendiosas regalias dos titulares de cargos públicos), erradicando assim a fome no país e as desigualdades sociais. É preciso aumentar o salário dos funcionários públicos, encontrar uma solução rentável para a comercialização das castanhas de caju, estancar a crónica e sistemática situação de greve, bem como garantir a segurança no país, o normal funcionamento das escolas públicas e minimizar significativamente o estado calamitoso em que se encontra os nossos centros de saúde e hospitais em geral. É preciso, com carácter de urgência, encontrar soluções exequíveis para começar a implementar estas importantes medidas político-governativas para o bem-estar do nosso sofrido povo, aliás, como o próprio Primeiro-Ministro Geraldo Martins tem reconhecido nas suas entrevistas. 

Qualquer das maneiras, tenho de reconhecer que há uma mobilização e empenho demonstrado por parte do governo no sentido de dar um novo rumo positivo para o país. Estão-se a construir, cada vez mais, as peças chaves e determinantes para realmente materializar o tão ambicioso projecto “Terra Ranka”. É isto que os guineenses de boa-fé ambicionam e esperam deste coligado governo.