O Futuro da Coligação PAI - Terra Ranka


O relacionamento do PAIGC com os restantes partidos da coligação, sobretudo o seu futuro político, é a pertinente questão que o Jurista Gervasio Silva Lopes me colocou. Não hesitei, na minha humilde resposta, em denunciar a falta de compromisso que caracterizam os actores políticos guineenses. Temos uma classe política incompetente, gananciosa, materialista, corrupta e permeável à corrupção. Todos estes vícios corrosivos têm feito a Guiné-Bissau retroceder consideravelmente a nível do desenvolvimento. 

Mesmo assim, congratulei-me com o facto do PAIGC ter tido uma postura aberta em integrar os outros partidos com assento parlamentar, nomeadamente o PRS e PTG, não obstante não precisarem deles para governar, uma vez que o PAIGC venceu as eleições com a maioria absoluta. 

Centralizei ainda a minha abordagem sobre os constantes ziguezagues políticos que tem caracterizado o PRS nas duas últimas décadas. O PRS é, cada vez mais, para tristeza nossa, um partido descaracterizado, faminto e vendido. Um partido que está sempre metido em trafulhas, conspirações, golpes de estado e ilegalidades, perdendo consideravelmente o capital político que outrora granjeou perante o eleitorado guineense. A maioria dos guineenses há muito tempo que não se revê no PRS por causa da sua avidez pelo poder, estando disposto a tudo para fazer sempre parte do governo. Tanto que, por esta razão, foi relegado duas vezes para a terceira força política do país e com pouca expressão política. 

Não obstante toda esta situação, julgo que esta nova direcção do PRS, encabeçado por Fernando Dias, tem todas as condições para inverter a má fama do partido perante o eleitorado guineense. E uma das formas mais rápidas para chegar este desiderato político é levar avante, até ao fim, este acordo de incidência parlamentar com a coligação PAI – Terra Ranka. 

Por isso, tal como conclui de forma peremptoria, é extremamente importante que o próprio PAIGC ajudasse o jovem Fernando Dias a ganhar o próximo congresso do PRS para, desta forma, poder continuar na liderança e consolidar o seu poder no seio dos renovadores.