Novidades de Férias II

Após amanhecer, começaram as minhas primeiras aventuras em Netherlands. Em primeiro lugar, recordando que a minha chegada foi numa quarta-feira (4 de Agosto) Passando o dia todo de quinta-feira com o Peter visitando a cidade de Amesterdão que fica aproximadamente 40 km de distância com a cidade do Peter, Reuwil. Tivemos a oportunidade de visitar Amesterdão no seu todo passando pelos sítios memoráveis e de grandes atracções turísticas. O Peter levou o carro dele, no entanto, ao chegarmos a entrada da cidade estacionou-o ao pé do Estádio de Ajax de Amesterdam e fizemos questão de apanhar o comboio até ao centro da cidade para posteriormente seguirmos o percurso a pé no centro da cidade (o carro não foi connosco até ao centro da cidade, julgo que é por causa do estacionamento e não só isso creio também que as taxas de estacionamento devem ser mais elevadas a medida que pessoa vai aproximando do centro). Ponderando estes custos de oportunidade, razão pela qual o Peter decidiu estacionar o carro um pouco mais afastado do centro da cidade. Mais antes de deixarmos o carro no parque, passamos no Estádio de Ajax de Amesterdão e aproveitamos para tirar algumas fotografias. O Peter não saiu do carro, limitou somente a tirar-me fotografias logo na entrada do estádio. Foi muito giro a primeira sensação. De seguida, já com o carro estacionado apanhamos o comboio até ao centro. Ao sairmos da estação do comboio, a minha primeira surpresa: ver centenas de bicicletas estacionadas algo nunca visto na minha vida. A primeira vez que estive na Alemanha concretamente na cidade de Oldenburg dava também para visualizar montes de bicicletas, todavia nada que se compara com a imagem que estava a minha frente. Com admiração patente assegurei de imediato na minha máquina fotográfica e comecei a fotografar as bicicletas e também posei para o Peter fotografar-me delas. Mesmo assim disse-me: Ainda vais encontrar muito mais bicicletas pela frente. Aqui em Netherlands há muitas bicicletas inclusive tem até ministério que o governo criou para tratar do contencioso de bicicletas. Efectivamente a medida que íamos andando via todo mundo a andar de bicicleta: crianças, jovens, adultos, homens e mulheres etc. E Já estava a habituar aquela imagem. Chegando o centro visitamos a Praça de “De Dam”, o Palácio “Nationaal Paleis op de dam, a grande Igreja de Grote Kerk, a famosa Parque Vondelpark (é das maiores parques que alguma vez vi na vida ao mesmo tempo dos mais fantásticos) para além de outros cantos que também tivemos a oportunidade de passar. Só não visitamos a praça de prostituição, vulgarmente conhecida pela “praça vermelha” por consentimento mútuo entre mim e o Peter para não corrermos o risco de ceder as tentações: o espírito está pronto, mas as vezes a carne é fraca. E como adverte o apóstolo Paulo, precisamos fugir de aparência do mal. Ora é justamente isso, que fizemos evitando dar lugar aos prazeres da carne e ao Diabo (digo isto, porque segundo o que se diz daquela praça não é nada famosa, ou seja, é um exibicionismo sem precedentes que se assiste naquele lugar por parte das prostitutas que prestam os serviços para com os turistas. Até porque também o Peter não conhece aquilo. Ele nunca passou por lá e nem sequer teve a mínima curiosidade de conhecer aquilo.Na praça de Dam quase junto do palácio real na baixa de Amesterdão, fizeram uma homenagem aos mortos da segunda guerra mundial onde também tiramos bastantes fotografias. A Praça albergava multidão de turistas vindos de diferentes cantos de Europa etc. E de seguida também, vistamos a Igreja que julgo que deve ser da família real. Depois seguimos para um café evangélico escassos metros da praça, e ali comemos uns bolinhos e mais sumo para poder aguentar a “pedalada” do passeio. Continuando o rol de visita, fomos para uma igreja (existe em Netherland enumeras igrejas sobretudo evangélicos. Cada lugar que se passa encontra sempre uma igreja. Nota mesmo que é país bastante cristão. Tendo vislumbrando a cidade no seu todo, o Peter fez ainda questão de levar-me para uma igreja que já não recordo bem o nome dela. É da primeira igreja inglesa construída fora do território britânico. Ao lado dessa mesma igreja, uma outra igreja Católica que ao longo dos tempos tem contrariado aquela na concretização da sua missão da grande comissão. Estamos a falar, num período que remonta a pós reforma protestante do século XVI (16), pelo menos, é a história que se conta sobre essas duas igrejas.
Por fim, após intensa visita a cidade de Amesterdão, voltamos novamente a fazer o percurso de volta para buscar o carro do Peter estacionado ao pé do estádio de Ajax de Amesterdão deste modo regressando a casa (o Peter teve que pagar por estacionamento 15 euros se não estou em erro, uma vez que ficamos quase o dia todo na cidade de Amesterdão). Gostei imenso da cidade de Amesterdão não só das suas formidáveis construções que remontam a idade média (é uma cidade muito antiga) como também dos fabulosos diques que cercam a cidade. E água em todos os sítios, inclusive as pessoas vivem nos barcos e botes etc. No entanto, eles sabem lidar bem com essa particularidade que julgo só existe em Netherlands, por razões geográficas que todos nós certamente sabemos. Netherland fica ao nível baixo da água etc. E também a cidade estava completamente cheia de turistas que andavam naquelas paragens, tendo em conta o período de férias. Se de lado vemos estas maravilhas em Amesterdão, igualmente há muitas coisas desagraveis que me desapontaram muito, concernente à forma liberal que as pessoas encaram lá a vida. A começar pelo alto índice de prostituição e outras imoralidades. Falei da Praça vermelha, todavia existe também o museu do sexo em Amesterdão, creio que é o único país do mundo com o museu deste género. Não estivemos lá, mais ouvi dizer que há. Uma outra situação, prende-se com a venda e consumismo sem medida da liberação daquilo que eles chamam de drogas leves. A começar com maria juana, haxixe, canabis etc. E existe mesmo sítios onde a pessoa pode compra-los e fuma-los ao mesmo tempo sem acarretar nenhuma responsabilidade civil, na medida que tudo isso é liberalizado. Andando na rua de Amesterdão é inevitável a pessoa não inalar o fumo dessas drogas. Enfim, é um pormenor só a registar.
Já em casa na cidade de reieill quase a anoitecer, tivemos o direito a um jantar bastante especial preparada pela Annie, o Boaz e o Lucas (Boaz e o Lucas vão dando ajuda à mãe indirectamente através da companhia que fazem). Terminado o jantar, tivemos ainda o tempo de conversar: falamos do passeio a Amesterdão e também sobre as mais variados assuntos. Foi assim, que terminamos o dia de quinta-feira preparando para o dia de sábado com muito mais coisas para fazer.
No dia seguinte, sexta-feira, acordei muito tarde (sabe tão bem durmo muito naquela clima que não parecia nada verão, mas um autêntico Outono), depois de comer por voltas das 16 horas, fui passear de bicicleta (a minha estreia de bicicleta em Netherlands) com Annie e Boaz num parque infantil em Gouda situado aproximadamente a 10 km. O Boaz estava no seu assento em cima da bicicleta da Annie. Pedalamos até Gouda. Já no parque com muito gente, a maioria criança, vemos os animais e depois o Boaz ficou a entreter com outras crianças que lá estavam enquanto eu e Annie aproveitamos por conversa em dia. Falamos muito. A conversa incidia-se sobre a família, mulher e vida cristã. Annie queria saber qual é a minha mundividência sobre a família, mulher e sobretudo da cultura africana em geral. De facto essas perguntas são um pouco difíceis de responder, tendo em conta o preconceito generalizado que os europeus têm em considerar que os africanos são machista. Ainda no meu caso, que a Annie bem assistiu em Lisboa ao morarmos juntos no Seminário, do preconceito que sou alvo nestas matérias. Apesar de já termos falado essas coisas várias vezes ainda em Portugal, contudo, há sempre curiosidade por parte de Annie e também do Peter em procurar inteirar a pormenor da cultura africana, deste modo, preparando de forma melhor a viagem missionária a Angola para se adaptarem na integra esses desafios para não serem apanhados de surpresa, presumo eu. A minha resposta sobre essa pergunta e ao mesmo tempo indagação, foi bastante simples. Primeiramente comecei por expliquei-la sinteticamente a conjuntura sociocultural africana e as razões que fazem com que os africanos em particular os homens agissem da forma que todos nós sabemos para com as mulheres. E por fim, reconhecemos que de facto, é preciso mudanças significativas na mentalidade dos homens africanos, sobretudo na maneira como tratam as mulheres. Mais isso é muitos factores envolventes nessa conduta que não deve só ser atribuído rigorosamente ao machismo. Quanto a nossa perspectiva sobre a família e a mulher em particular, demonstramos a incompatibilidade existente entre a educação nobre que recebemos que senta nos valores cristãos e na valorização da pessoa humana, ao contrário de como o pretendem alguns ignorantes que nos combatem e nos desfiguram o pensamento conotando-nos de ser machista só pelo facto de não concordamos na íntegra com o modelo familiar da sociedade ocidental, que peca muito por desvalorizar as orientações familiares pré-estabelecido por DEUS na revelação bíblica. E mostrei a Annie que quem tem todos os motivos do mundo para não ser machista sou eu, começando a destacar os ensinos cristãos que recebi desde a tenra idade, o facto de estudar a Teologia e o Direito ao mesmo tempo são todos os condicionantes que fazem com que não posso ser machista etc. - Porquê que as pessoas acham que o Térsio é machista, perguntou a Annie após essa minha resposta. Limitei somente a apontar a autonomia do meu pensamento em relação as pessoas como sendo uma das causas e também do preconceito pelo facto de eu ser africano.
Depois dessa demorada resposta minha, Annie aproveitou para me aconselhar em algumas coisas e também fazer algumas achegas e dicas sobre a forma como as mulheres gostam de ser tratadas pelos homens. Ouvi atentamente e registei com promessa que procurarei aplicar as observações feitas na minha vida futura e matrimonial; além de outras considerações sábias que fez. Annie gosta muito do diálogo e de falar essas coisas, ao contrário do grande e Engenheiro Peter que é um homem de poucas palavras voltado mais pelos “cálculos” e praticabilidade das coisas como ele costuma dizer.
Terminando esse interessante diálogo e o Boaz já um pouco cansado abandonamos o jardim infantil directamente ao super-mercado onde fomos fazer as compras para depois voltar em casa. Em suma, foi um dia muito agradável e muito bem passado, para não falar do delicioso jantar que depois tivemos.
No sábado logo as 10 da manhã partimos em direcção a casa dos pais da Annie na cidade de Alkmaar onde ficaremos todo o dia para assistir a celebração do aniversário do irmão mais novo da Annie em comitiva diferente. Ou seja, eu e o Peter fomos no mesmo carro enquanto a Annie com as crianças seguiram num outro carro diferente. Houve essa separação tendo em conta as circunstâncias. O carro não dava para irmos todos juntos de uma vez. Com o Peter, resolvemos primeiramente passar pela cidade de Haia conhecida em Netherlans como Den Haag capital central do país, onde vistamos o governo de "Binnenhof" pequena torre do ministério, "het torentje" e por fim, o Tribunal Penal Internacional (TPI) onde podemos tirar bastante fotos. Eu estava completamente entusiasmado, principalmente quando chegamos as instalações do TPI vendo ao vivo: excedeu completamente a imaginação que escapava no meu curso de Direito onde se refere constantemente o TPI. A Única palavra a descrever o inloco é: Espectacular.
Chegamos a cidade dos pais de Annie em Alkmaar nordeste do pais onde estava a família toda reunida para celebrar o aniversário do irmão da Annie. Fomos recebidos pelos pais da Annie e os irmãos. Os pais da Annie muito simpático connosco. Almoçamos. A comida estava muito boa. Foi a mãe da Annie que a preparou. Gostei imenso. Em seguida, cantaram parabéns ao irmão da Annie e trocaram presentes etc. Ainda no espírito da festa, comecei a trocar impressões com o pai da Annie sobre o calvinismo e o protestantismo em Netherlands. O pai da Annie ao que parece não é um hiper-calvinista, apesar de assumir claramente a sua admiração pela doutrina de João Calvino. No entanto, ele é um calvinista moderado. Apercebi isso na leitura que ele faz sabiamente sobre a doutrina da salvação. É um homem bastante culto e de poucas palavras que ama muito a causa da igreja de Cristo. O exemplo notável disso, é a educação cristã por excelência que incutiu nos 4 filhos (dois rapazes e duas raparigas) que estão todos envolvidos e comprometidos com a obra de DEUS. Lê bastante e um admirador de piano e música clássica, estilo de vida que os restantes filhos adoptaram (os filhos dele a contar com a Annie sabem todos tocar). Mais o pai da Annie é sobretudo um homem com grandes conhecimentos históricos e literários, os filhos reconhecem nele essa faceta. Lembro das dúvidas que suscitava na conversa com o Peter e a Annie e quando eles não sabiam responder a minha pergunta, remetiam tudo para o pai da Annie. Estou a lembrar agora a inquietação que levantei: do porquê que o pais se chama Netherlans em Português Países Baixos e não terras baixos, uma vez que o termo países subtende-se muitos países. E os Vervoef não conseguiram precisar com exactidão o porquê dessa apelidação, não obstante a pesquisa que fizeram na internet. Deram-me algumas luzes não conclusivas e depois ficou que o pai da Annie ia esclarecê-los. Ora conversando com o pai da Annie, Annie fez questão de interroga-lo sobre a minha dúvida. A resposta dele não foi convincente, uma vez que os filhos discordaram por completo com as explicações dadas por ele dando outras versões que ele por sua vez não concordou. Enfim, pelo menos, ajudou-me a compreender um pouco melhor as coisas. De seguida eu e Peter fomos visitar a cidade, apesar da chuva que se fazia sentir e que obstinava connosco. Mesmo assim, contrariamos a tendência lá fomos nós mesmo em baixo da chuva embrulhados com o casaco de chuva. Mais antes de seguirmos, o pai da Annie Pianista de Igreja de Capelkerk concedeu a chave da igreja ao Peter para ele mostrar-me a instalação dela. Depois de constar o in loco da igreja Capelkerk passamos pela famosa praça de "Waagplein" conhecida como Praça de Queijo e visitamos também uma livraria evangélica ao redor que surpreendeu-me com o facto de encontrar nos montes dos livros existente na livraria a Bíblia Sagrada Portuguesa de versão Almeida Corrigida. Perante todas essas ocasiões, estávamos sempre a tirar fotografias, afinal de contas somos turistas. Passados algumas horas voltamos para a casa dos pais do Peter arrumando para percorrer os quase 100 e tal km de regresso a casa dos Vervoef, enquanto os irmãos da Annie ultimando para se aventurar de férias no dia seguinte num carrinho pequenininho com destino a Checoslováquia e mais outros países europeus. O Peter até brincou para eu integrar a caravana, todavia, isso não constava nos meus planos, dado que tinha muita coisa a minha espera em Lisboa.