O Escriba Predestinado


Escrever artigos de opinião não é uma tarefa fácil. É sempre um exercício cognitivo, que envolve encontros e desencontros com nós mesmos em múltiplos registos, mediante a indagação, introspecção, concepção e libertação de tudo aquilo que nos vai profundamente na alma. São todas essas torrentes de energias sentimentais que fazem da escrita uma experiência deleitosa e concomitantemente perigosa. Entrando nós nesta senda intelectual de "Teoria das Ideias", e de busca incessante pela razão última das coisas, vimos ganhando cada vez mais a nítida consciência da nossa soberana vocação para com as letras. Abraçámo-la, desde a primeira hora, sem prévias hesitações, arrependimentos existenciais e considerações que eventualmente poderiam surgir para obstar à sua vigorosa asserção. E, assim, procuramos configurá-la, interpretá-la e ajustá-la sabiamente na conjugação e harmonização antropológica. 

Rejeitamos categoricamente o ecumenismo, a banalização, a dissolução e a astúcia do “politicamente correcto”. Inscrevemo-nos no irenismo social e devotos Cristãos Evangélico-Baptistas, virados para a concepção Calvinista. DEUS, família e amigos é tudo o que possuímos neste “vale de lágrimas” rumo à “Terra Prometida”. Somos, em termos políticos, amantes da Democracia Participativa com uma ideologia híbrida, sem prejuízo do nosso carácter conservador quanto à Moral e aos Bons Costumes. Perfilhamos do Jus naturalismo a nível da hermenêutica e mundividência de Direito, bem como aversivos a qualquer tipo de sobressaltos. Detestamos reiteradas mudanças. Não apreciamos aventuras melindrosas. Lidamos muito mal com as imprevisibilidades. No entanto, deliciamo-nos com as realidades simples da vida ao invés de efemeridades que só causam transtornos e desequilíbrios emocionais. Primamos, acima de tudo, pelas boas conversas e amizades. Somos, da mesma sorte, amantes de boa comida, dos livros, da arte, da música e de viajar para outras latitudes a fim de conhecer in loco outras realidades socioculturais. Julgamos estes ideais como os melhores de que o Homem dispõe, ao seu alcance, para a sua perfeita redenção. 

Faz hoje precisamente dez anos que descobrimos esta nossa paixão e soberana vocação para com a escrita. Aos que sempre nos acompanha(ra)m nesta incompreensível odisseia, aos que nos lê(ra)m com frequência, aos que nos apoia(ra)m incondicionalmente, estamos todos de parabéns. Fechou-se um ciclo ontem e começa um novo hoje. Até aqui nos ajudou o SENHOR. A ELE toda a Glória para todo o sempre!