A nível geral o ano transacto foi bastante tenebroso em
múltiplos aspectos, nomeadamente na reiterada violação dos Direitos Humanos em diferentes
pontos do globo; o perigo real que o autoproclamado estado islâmico passou a representar para
a Humanidade, sob a quimera pretensão de instaurar um califado universal; o
turbilhão político-armado que se vive no Médio Oriente e sem horizonte de paz à
vista; o terrorismo galopante que mina cada vez mais os países, ameaçando consideravelmente
o estilo de vida das sociedades abertas; o drama dos refugiados e migrantes que procuram
clandestinamente chegar à Europa, tornando o Mediterrâneo e o Egeu num cemitério
líquido de milhares de vidas humanas, somando à insensibilidade dos governos
europeus e aos "muros das lamentações" que têm vindo a ser erguidos no Velho
Continente para impedir a entrada dos mesmos desamparados nos seus territórios;
a deterioração preocupante das alterações climatéricas e as incertezas envolvidas na aplicação do recente acordo histórico de Paris; a ameaça nuclear na
Ásia, mormente entre a Índia e o Paquistão, estendendo-se à Coreia do Norte e do
Sul; o autoritarismo russo no leste da Ucrânia e a instabilidade
político-económica vigente em África, traduzindo-se numa pobreza extrema e em
milhares de vítimas mortais; as maras no Salvador, Honduras, Guatemala, Nicarágua, Venezuela, México e Colômbia,
incluindo a degradação do processo de paz israelo-palestiniano e a fratricida
guerra na Síria, no Iraque, no Afeganistão, na Líbia, na República Centro
Africana e em diversas regiões do Sahel, consubstanciando-se, em determinados
casos, em hediondos crimes de guerra, genocídios, limpezas étnicas e
religiosas. Práticas extremamente repugnantes que se tornaram praticamente
vulgares nos dias coevos.
O meu ardente desejo é que este ano, 2016, possa ser de
harmonização e pacificação do Mundo. Que, de facto, os ideais da Paz, da
Igualdade, da Liberdade, da Fraternidade e da Solidariedade possam ser uma
realidade viva e efectiva na vida dos povos, sobretudo que os problemas supra mencionados
sejam definitivamente solucionados para o bem-estar da Humanidade.
Esperamos ainda que o Cristianismo continue a reforçar o
seu papel transformador no mundo e que milhões de almas se rendam ao senhorio
de Jesus Cristo; que África possa emergir e encontrar o seu caminho ideal do
desenvolvimento sustentável, e, consequentemente, melhorar de forma
significativa o nível de vida dos seus povos; que a Guiné-Bissau supere o mais rapidamente possível os sérios obstáculos de governação com que
se tem deparado nas últimas décadas, proporcionando a paz social aos nossos
sofridos patrícios.
Obviamente que não somos assim tão ingénuos ao ponto de
julgar que tudo isto se vai processar da melhor forma possível. Haverá,
certamente, vários obstáculos e resistências que vão surgir para obstar ao Equilíbrio
e à Concórdia no mundo, motivado por razões de oportunismo político-económico e
geoestratégico, postergando o bem-comum. Mesmo assim, temos enorme fé no
triunfo das acções determinantes dos Homens
de boa Vontade para mudar o curso funesto do nosso decadente mundo.
Em suma, agradecemos imensamente a DEUS pelo ano que findou,
especialmente por nos ter conservado com vida e saúde ao lado da nossa amada família.
Esperamos, da mesma sorte, que continue a fazer o mesmo durante este ano e nos vindouros.
E para si, caro leitor, desejamos-lhe as maiores felicidades do mundo e um
bem-sucedido ano 2016 em todas as vertentes da vida. Que assim seja.