O Papa Calvinista (I)


«Vivemos um período de grandes perigos e de grandes oportunidades para o homem e para o mundo, um período que é também de grande responsabilidade para todos nós. Durante o século passado as possibilidades do homem e o seu domínio sobre a matéria cresceram de forma realmente impensável. Mas o seu poder dispor do mundo fez também com que o seu poder de destruição atingisse dimensões que, por vezes, nos horrorizam. A este propósito pensa-se espontaneamente na ameaça do terrorismo, esta nova guerra sem confins nem frentes. O receio de que este possa vir em breve a apoderar-se das armas nucleares e biológicas não é infundado, e fez com que, no seio dos Estados de direito, se tivesse de recorrer a sistemas de segurança semelhantes aos que antes existiam apenas nas ditaduras. No entanto, fica ainda assim a sensação de que todas estas precauções na realidade poderão não chegar, já que um controlo global não é possível nem desejável.»

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(Papa Emérito Joseph Ratzinger, in "A Europa de Bento [Na Crise de Culturas"], p.21, Alêtheia Editores, Lisboa, 2005).