Quando se diz
na gíria Evangélico-protestante que "Deus ama o pecador, mas
abomina o pecado", raramente sabemos que estamos a pagar tributo a
Santo Agostinho que já formulava o referido brocardo teológico na sua célebre obra "A
Cidade de Deus". Foi, igualmente, o Doutor da Igreja que teorizou o
conceito do "Pecado Original" há séculos na sua magistral "Confissões" (LER).
Nós, os Protestantes, em abono da verdade, somos mais Católicos do que aquilo que porventura
julgamos ou admitimos.
O incondicional amor de DEUS
para com a Humanidade decaída é visceralmente ligado a "O Pecado
Original". E este, por sua vez, segundo o Santo Agostinho, entrou no
mundo por causa da manifesta desobediência de Adão e Eva a Deus,
transmitindo-se depois pela sexualidade. A libido e os desvelos redobrados que
o ser humano normalmente tem com as regiões pudendas são as manifestações
visíveis da vergonha que procedem do castigo, encerrava o Bispo de Hipona (LER).
E toda esta doutrina vai ter fortes implicações práticas na forma peculiar como a Igreja
Católica encara e aborda a sexualidade, máxime negando o seu carácter de
fruição, reduzindo-a unicamente à procriação. Por isso, a
problemática sobre a intransigente oposição do Vaticano ao uso de métodos
contraceptivos entre os casais no âmbito matrimonial, só poderá ser holisticamente compreendida no "Pecado
Original" de Santo Agostinho.