O Santo que Sistematizou o Pecado Original


Quando se diz na gíria Evangélico-protestante que “Deus ama o pecador, mas abomina o pecado” raramente sabemos que estamos a pagar tributo a Santo Agostinho que já formulava o referido brocardo na sua célebre obra “A Cidade de Deus”. Foi, igualmente, o Bispo de Hipona que sistematizou o conceito do “Pecado Original” há 1616 anos atrás na sua magistral “Confissões” (LER). Nós, os Protestantes, em abono da verdade, somos mais Católicos do que aquilo que porventura julgamos ou admitimos publicamente. 

O amor incondicional de DEUS para com a Humanidade outrora decaída é visceralmente ligado ao “Pecado Original”. E este, por sua vez, segundo o Doutor da Igreja, entrou no mundo por via do sexo e da sexualidade. A libido e os cuidados redobrados que o ser humano normalmente tem com as regiões pudendas são as manifestações visíveis da vergonha que procedem do castigo, encerrava peremptoriamente o reputado Teólogo Católico (LER). E toda esta doutrina vai ter fortes implicações práticas na forma peculiar como a Igreja Católica encara e aborda o sexo, máxime negando implicitamente o seu carácter de fruição, reduzindo-a lato sensu à procriação. Por isso, a problemática sobre a intransigente oposição do Vaticano ao uso de métodos contraceptivos entre os casais no âmbito matrimonial só poderá ser holisticamente compreendida no “Pecado Original” de Santo Agostinho.