O Despotismo Esclarecido de Fidel Castro


É com bastante preocupação que temos estado a acompanhar as reacções vindas de diferentes partes do mundo sobre a morte de Fidel Alejandro Castro Ruz (ALI) e (AQUI). Até aqui nada de anormal. A morte de qualquer ser humano, independentemente da sua condição, é sempre de lamentar. No entanto, não podemos deixar de nos demarcar de tão infeliz posicionamento de inúmeras pessoas que, imbuídas meramente pelo preconceito ideológico ou por interesses sombreados, pretendem a todo o custo endeusar e branquear o legado político de Fidel Castro (LER) e (ALI) e (AQUI)

Cumpre-nos informar que Fidel Castro foi em vida um ditador (LER). E um ditador, em última instância, é um carrasco em todos os sentidos do termo (LER). Uma pessoa que encarna na perfeição a máxima maquiavélica "que os fins justificam sempre os meios". Mesmo que seja necessário, de forma déspota, restringir as liberdades político-individuais, perseguir, prender, torturar, matar e cometer crimes contra a Humanidade. Para ele tudo é licito, contando que se concretizem os seus tiranos propósitos. Foi exactamente isso que Castro fez inexoravelmente ao longo da sua sanguinária presidência em Cuba, usando apenas o eufemismo "pela revolução, tudo; contra a revolução, nada" (LER). A revolução foi o abominável pretexto que o ditador usou para usurpar o poder e, deste modo, materializar os seus maléficos intentos. 

É verdade que todos os seres humanos à face da Terra, mesmo os da pior estirpe, têm alguma coisa de boa no seu substrato. E o ditador Castro não foi excepção a esta regra de apuramento. E aquilo de bom que se pode destacar da sua aparente "qualidade social” foi o de procurar coadjuvar o povo cubano a sair do lamaçal de pobreza em que se encontra(va), bem como apoiar a emancipação e autodeterminação de alguns países africanos, para assim credibilizar a revolução além-fronteiras. 

É curioso notar que, dos longínquos séculos XVI ao XVIII, a Europa Continental era igualmente governada pelos monarcas absolutistas que procuravam, numa mundividência paternalista, aplicar a lógica do desenvolvimento dos seus povos e concomitantemente praticavam flagrantes violações dos Direitos Humanos. É o tacticismo político de delimitar significativamente as liberdades individuais dos cidadãos e, em contrapartida, promover as realizações sociais do Estado. E os irmãos Castros foram grandes Mestres nisso. Todos os ganhos sociais que a República de Cuba obteve ao longos destas penosas décadas de opressão foram, e são, fruto do despotismo esclarecido implementado com mão de ferro sobre a ilha. 

E mais, em circunstância alguma podemos trocar a vida e a liberdade por quaisquer outros bens mundanais. Não há nada neste mundo que se lhes possam igualar. Julgamos que a maioria dos acérrimos defensores de Castro subscreveria esta inequívoca verdade antropológica, razão pela qual presumimos que dão primazia à Vida, à Dignidade da Pessoa Humana e à Democracia Participativa. São dos Direitos Fundamentais mais importantes que a Humanidade tem à sua disposição. Acontece, infelizmente, que aos marginalizados cubanos foram violentamente negados estes superiores direitos em nome do inquestionável "ideal político"

Por isso, entristece-nos imenso ver tanta gente inteligente a glorificar Fidel Castro e o seu abominável legado político, considerando-o um grande homem e estadista, indo contra toda a lógica do bom senso e da razoabilidade. E pior ainda é vermos os nossos estimados irmãos na fé, os Cristãos, a enveredar nessa asquerosa procissão, exaltando um assumido anticristo em vida (ALI) e (AQUI). Lamentamos profundamente esta indecorosa postura, que não se coaduna com os impolutos Princípios e Valores do Evangelho. 

Ainda salientar, em suma, que os tão propalados ganhos político-sociais que se imputam a Fidel durante o seu cruento regime em Cuba não o ilibarão do Julgamento Final, e tão pouco a História o absolverá das horripilantes atrocidades que cometeu contra o seu inofensivo povo, porque foi um ditador. Eis a mais pura das verdades, que merecem ser reiteradamente ditas e recordadas, pois somente a Verdade nos libertará.