Registo com enorme satisfação a intrépida e sábia decisão da administração americana de transferir a sua embaixada de Telavive para Jerusalém, reconhecendo assim unilateralmente Israel como sendo dono peculiar da mítica Cidade Santa (ALI) e (AQUI). Eu sei que nos dias que correm está bastante na moda defender a causa palestiniana, mesmo quando se desconhece absolutamente a génesis da renhida disputa territorial entre os dois povos. No entanto, não temos o direito de escamotear a verdade histórica para fazer valer a todo o custo as nossas opções preferenciais.
Desde logo, a nação israelita precede a nação palestiniana, tal como o Judaísmo antecede de longe o islamismo. Este só teve início depois de Cristo, isto é, no século VII com a presumível "hégira" de Maomé de Meca para Medina, em 622. Ao passo que aquela já existia desde tempos imemoráveis. Antes de ter sido escrito o apócrifo livro de alcorão ou erguida a esplanada das mesquitas, o Monte de Sião, que representa o centro nevrálgico de Jerusalém, já era um lugar do culto e sagrado para os judeus – a Cidade do DEUS vivo referenciada incontáveis vezes no Antigo e no Novo Testamento. É a parte mais importante da "Terra Prometida". Foi ali que o rei Salomão construiu o primeiro Templo no século X a. C., posteriormente destruído durante o cativeiro babilónico em 609 a. C., dando depois sequência à sua reconstrução primeiramente por Zorobabel no séc. VI e depois remodelado no século I a. C. por Herodes o Grande, respectivamente. É ali, da mesma sorte, que jazem os restos mortais do patriarca David e do seu filho Salomão (1 Reis 2:10-11; 11:42-43), bem como várias proeminentes figuras hebraicas e famosos monumentos do Judaísmo e do Cristianismo. A "Via Dolorosa", ou vulgarmente conhecida pelos Católicos por "Via-Sacra" (o sofrido percurso da Paixão de Cristo até Gólgota), atravessa todo este centro histórico de Jerusalém. Tanto o lugar onde o Senhor Jesus Cristo foi crucificado, o Santo Sepulcro, o Monte de Sião, Muro das Lamentações e o Cenáculo ficam todos circunscritos em Jerusalém. Há provas irrefutáveis desta afirmação que consta das Sagradas Escrituras e nos templos que foram erguidos nestes importantes lugares de culto, que ainda hoje atraem peregrinos e forasteiros de todo o mundo.
Por isso, é um facto notoriamente indesmentível que aquelas delimitações territoriais e toda a cidade de Jerusalém foram e são afectos aos judeus desde os primórdios. Afirmar o contrário, tal como arbitrariamente alguns presunçosos pró-palestinianos estão a fazer, consubstancia uma flagrante adulteração da História e um indecoro de lamentar. Isto porque, em abono da verdade, os palestinianos somente se apoderaram do vasto território da Terra Santa séculos ulteriores, depois da destruição de Jerusalém, pelo império romano nos anos 70 e 135 da nossa era, expulsando a generalidade dos nativos judeus da sua própria pátria. Mesmo nestes cenários humilhantes e bastante cruéis, somando o anti-semitismo e o holocausto nazi da Segunda Guerra Mundial, o resiliente povo hebreu não se vergou à opressão. Graças a DEUS e aos significativos esforços políticos de mulheres e homens de boa vontade, mormente de Theodor Herzl, Arthur James Balfour e David Ben Gurion, os israelitas voltaram a reconquistar a sua Terra, em 1948, tornando-se assim uma nação livre, independente, democrática, próspera e uma das maiores potências económico-militares do conturbado Médio Oriente. Uma proeza inigualável e inexplicável do ponto de vista político-diplomático. Israel, em suma, existe pela força da verdade e vai continuar sempre assim para infelicidade de todos os anti-semitas.