“Sou uma feminista
que defende a igualdade de oportunidades. Com isto quero dizer que exijo que
sejam retiradas todas as barreiras existentes às mulheres em campos como a
política e o mundo profissional. No entanto, oponho-me a uma proteção especial
para as mulheres (…) As mulheres deste país pedem e querem uma proteção
especial. Isto não é feminismo. Isto é materialismo burguês. Privilégios
burgueses. Estas mulheres querem que o mundo seja tão seguro como as salas de
estar dos seus pais. É um verdadeiro retrocesso relativamente ao que o
feminismo dos anos 60 conseguiu alcançar (…) O que quero dizer é que a maneira
como nos vestimos é uma forma de comunicação. Apoio qualquer mulher que queira
sair à rua meio despida. Mas tem de estar consciente das consequências disso e
acatar as responsabilidades. O problema destas mulheres é que se vestem de uma
forma muito sexy e não percebem e negam mesmo que estão a enviar mensagens.
Acham que nenhum homem tem o direito de se sentir atraído por elas e de lho
dizer... Já o disse há algum tempo: as mulheres têm todo o direito de se vestir
como a Madonna, no entanto, se se estão a publicitar, têm de estar prontas para
se vender! É preciso que percebam de uma vez por todas que estão a comunicar
sexo e apetite por sexo. Se não estão preparadas para se proteger nem têm ideia
de que é perigoso aquilo que estão a fazer não saímos de uma imbecilidade”.
(Camille Paglia, in entrevista a Revista Expresso (LER). Conteúdo disponibilizado, por enquanto, apenas para os assinantes do jornal).