A língua é um minúsculo
órgão do nosso corpo com aptidões avassaladoras. Tem o poder para disseminar as
desconfianças, rivalidades, invejas, heresias, discórdias, blasfémias e ódios
entre pessoas e terceiros. Consegue efeitos gigantescos que, por razões
naturais, a generalidade dos órgãos do ser humano não consegue alcançar. Com
ela resvalamos deliberadamente em mentiras, bisbilhotices, intrigas e
inimizades, colocando em causa o bom nome e a reputação das pessoas, instituições
e países, com finalidade última de arruiná-las. Da mesma sorte, com as
malévolas palavras que torpemente proferimos magoamos, ofendemos, humilhamos e,
em casos extremos, matamos. A língua é um mundo infindável de malignidade.
Tanto que, por esta
razão, consciente deste poder indomável e altamente demolidor da língua, os
autores sagrados se desdobraram a admoestar os efeitos perniciosos da
má-língua, bem como apresentando concomitantemente os antídotos necessários
para refreá-la. O líder Tiago, por todos, falando directamente para os
Cristãos, sustentava que “têm-se domesticado animais de todas as espécies. Mas
a língua, ninguém é capaz de a domesticar. É um mal incontrolável; está cheia
de veneno mortal. Com ela bendizemos o Senhor, nosso Pai, e com ela
amaldiçoamos as pessoas que foram criadas à imagem de Deus. Da mesma boca saem
palavras de bênção e de maldição” (Tiago 3:7-10). Isto não devia ser assim, censurava esta
postura incongruente com os impolutos Princípios e Valores Cristãos, concluindo ilustrativamente que “uma nascente de água
salgada nunca pode dar água doce” (Tiago 3:12).
De facto, é um desafio
para todos nós no sentido de sabermos dominar a nossa língua, especialmente
usá-la para promover a união entre pessoas, concórdia e edificação. Só assim
confirmaremos, com este nobre procedimento, que somos realmente pessoas
transformadas, maduras, sábias e habilitadas paras prática de toda a boa
obra.