A vida Cristã converge, indubitavelmente, para o equilíbrio saudável do ser interior e exterior, contribuindo efetivamente para a harmonia de todo o corpo. A nossa saúde espiritual é extremamente importante, tal como a saúde física. É apenas necessário encontrar o ponto de equilíbrio entre essas duas realidades indissociáveis e igualmente indispensáveis da existência humana.
Acontece que, por razões compreensíveis — sobretudo devido à cultura predominante que confere demasiada primazia à estética e à exterioridade em detrimento da interioridade do ser — muitos Cristãos acabam por negligenciar deliberadamente esta última, optando por abraçar a moda de viver exclusivamente das aparências e do culto desenfreado da imagem. Ludibriados pela tendência de “manter a linha”, através da falsa ideia de alcançar o “corpo perfeito”, esses Cristãos lançam-se num esforço desmedido para se enquadrarem nos decadentes padrões deste “presente século mau” em que estamos submersos.
São pessoas capazes de adoptar uma dieta alimentar austera, passar horas a fio no ginásio e privar-se de várias comodidades do dia a dia, com o único intuito de não perder “a linha”. Contudo, ao mesmo tempo, têm intencionalmente descurado os preceitos mais importantes da Palavra de DEUS — nomeadamente a santidade, a fidelidade, a obediência e o compromisso. Paradoxalmente, são os mesmos Cristãos que se aborrecem rapidamente quando a pregação se prolonga por mais alguns minutos, não assumem qualquer tipo de responsabilidade na Igreja, não priorizam as coisas sagradas e permanecem alheios a tudo o que diz respeito ao Reino de DEUS. Limitam-se a vestir disfarçadamente a capa de “bons cristãos” ao domingo — e nada mais. Parecem, por fora, tal como os hipócritas fariseus, “muito bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda a espécie de podridão” (Mt 23:27-28).
O ponto de equilíbrio encontra-se, acima de tudo, no exercício permanente da piedade Cristã, pois nela reside o segredo da verdadeira felicidade, que conduz à vida eterna. Trata-se de um exercício que nos habilita a viver plena e dignamente — tanto numa perspetiva secular como espiritual. Habilita-nos a nutrir, da melhor forma possível, o nosso corpo e a nossa alma. Habilita-nos, por fim, a ter uma vivência sã, equilibrada, plena e harmoniosa à luz da impoluta Revelação Divina.
Por isso, convém recordar, em nome da harmoniosa saúde física, mental e espiritual de todos os fiéis em Cristo Jesus: “O exercício físico, por si mesmo, tem pouco valor. Mas a vida piedosa vale tudo, pois leva consigo uma promessa de vida, tanto para agora como para o futuro” (1 Tm 4:8).