Viver Para Contá-la (2)


Nunca fui uma pessoa votada a questões de estética e de aparências. Nunca comunguei com a “ditadura da imagem” que é cada vez mais predominante na nossa decadente cultura pós-moderna. Nunca subscrevi a enfâse exacerbada do culto da imagem, sob o falso pretexto de “manter a linha” e consequentemente obter um corpo perfeito. Nunca, importa ainda salientar, fui uma pessoa dada a dieta, sem considerar com isso ser de bom garfo ou de comezainas. Sempre tive algumas reservas sobre tudo isto, julgando-as em última instância de vaidades humanas. 

No entanto, reformulei um pouco a minha opinião conservadora a esse nível quando o meu irmão mais velho, Roberto Vieira, que exerce uma enorme influência em mim, decidiu radicalmente mudar o seu estilo de vida. Deixou de beber álcool. Deixou de comer o arroz, a carne, o peixe e adoptou de forma austera e literal   o veganismo no seu cardápio alimentar do dia-a-dia, abstendo-se assim de ingerir as proteínas provindas do mundo animal, somando ainda à prática do exercício que faz reiteradamente. Além de reformular um pouco esta minha convicção, procurei igualmente fazer um levantamento exaustivo sobre o estilo de vida saudável – tanto do ponto de vista secular como teológico. Daí que, depois de me sentir consolidado nele, lancei-me no grande desafio de reeducar os meus hábitos alimentares e, da mesma sorte, ajustá-los a um estilo de vida mais sóbrio. E era necessário, numa primeira fase, eliminar por completo determinado tipo de alimentos e também perder o mais rápido possível a massa gorda que detinha (embora não tinha propriamente um peso anormal relativamente à minha altura). Mas, mesmo assim, decidi que iria, num curto espaço de tempo, perder vinte cinco e quilos. E assim foi. Em aproximadamente três meses consegui atingir esta assinável proeza, graças a DEUS.