A nível geral o ano transacto foi bastante tenebroso em
múltiplos aspectos, nomeadamente na sistemática violação dos Direitos Humanos
em diferentes pontos do globo; o perigo real que o autoproclamado estado
islâmico passou a representar para a Humanidade, sob a quimera pretensão de
instaurar um califado universal; o turbilhão político-armado que se vive no
Médio Oriente e sem horizonte de paz à vista; o terrorismo galopante que mina
cada vez mais os países, ameaçando consideravelmente o estilo de vida das sociedades
abertas; o drama dos refugiados e migrantes que procuram clandestinamente
chegar à Europa, tornando o Mediterrâneo e o Egeu num "cemitério
líquido" de milhares de vidas humanas, somando à insensibilidade dos
governos europeus e aos "muros das lamentações" que têm vindo a ser
erguidos no Velho Continente para impedir a entrada dos mesmos foragidos nos
seus territórios; a preocupante deterioração das alterações climáticas e as
incertezas envolvidas na aplicação do acordo histórico de Paris, bem como a
proliferação de enclaves islâmicos na Europa e o apogeu do fascismo como
resposta da nova realidade; a ameaça nuclear na Ásia, mormente entre a Índia e
o Paquistão, estendendo-se à Coreia do Norte e do Sul; o autoritarismo russo na
geopolítica internacional e a instabilidade político-económica vigente em
África, traduzindo-se numa pobreza extrema e em milhares de vítimas mortais.
E ainda as maras no Salvador, Honduras, Guatemala,
Nicarágua, Venezuela, México e Colômbia, incluindo a degradação do processo de
paz israelo-palestiniano e a fratricida guerra na Síria, no Iraque, no
Afeganistão, na Líbia, na República Centro Africana e em diversas regiões do
Sahel, consubstanciando-se em determinados casos em hediondos crimes de guerra,
genocídios, limpezas étnicas e religiosas. Práticas extremamente repugnantes,
que se tornaram vulgares nos nossos empedernidos dias.
O nosso ardente desejo é que este novo ano, 2017, possa ser
de harmonização e pacificação do Mundo. Que, de facto, os ideais da Paz, da
Igualdade, da Liberdade, da Fraternidade e da Solidariedade possam ser uma
realidade viva e efectiva na vida dos povos, principalmente que os problemas
descritos sejam definitivamente solucionados para o supremo bem da Humanidade.
Obviamente que não somos assim tão ingénuos ao ponto de
julgar que tudo isto se vai processar da melhor forma possível. Haverá
certamente vários obstáculos e resistências que vão surgir para obstar ao
Equilíbrio e à Concórdia no mundo, motivado por razões de oportunismo
político-económico e geoestratégico, postergando o bem-estar comum. Mesmo
assim, temos enorme fé nas acções poderosas dos "Homens de boa
Vontade" para inverter o curso funesto que o nosso mundo está a caminhar.
E para si, caro amigo, conhecido e leitor, fazemos votos
que tenha um feliz e bem-sucedido ano de 2017. Que DEUS atenda todos os desejos
do seu coração. Eternas felicidades.