Assinalam-se hoje
os 504 anos da data oficial daquilo que mais tarde ficou célebre na História
Moderna como a “Reforma Protestante”. Foi precisamente no dia 31 de
Outubro de 1517 que o inconformado Monge Martinho Lutero afixou as suas 95
teses na porta da Basílica do Castelo de Wittenberg, na Alemanha,
distanciando-se completamente das práticas heréticas reinantes no seio da
Igreja Apostólica Romana, vincando a inquestionável primazia das Escrituras
Sagradas em todas as esferas da vida Cristã. Em consequência disso, insurgiu-se
intrepidamente contra a profana prática da indulgência, o culto mariano, a
infalibilidade da autoridade papal, a veneração dos santos, o ecumenismo
teológico, a interpretação lato sensu das Escrituras Sagradas,
a imposição do celibato ao clero e toda a sorte de idolatria e imoralidade
associada ao Catolicismo ao longo dos séculos, oferecendo aos fiéis um “novo” paradigma
bíblico centralizado exclusivamente na pessoa do Senhor Jesus Cristo e na Sua
obra expiatória na Cruz do Calvário em favor da Humanidade decaída. Para o
Teólogo alemão isto resume-se a cinco grandes imperativos soteriológicos, a
saber: somente a Fé, somente a Escritura, somente Cristo, somente a Graça e
somente DEUS a glória como únicos meios intrínsecos, indispensáveis e
irrenunciáveis para levar o Homem ao pleno conhecimento da Verdade
Redentora.
Volvidos quase estes cinco séculos da pertinente
Reforma Protestante, e vendo holisticamente a realidade espiritual das Igrejas nos
dias que correm, ainda ficam bastante aquém daquilo que deveria ser o seu ideal
bíblico à imagem de Cristo. Continuamos a confrontar-nos com seríssimos e
preocupantes desvios doutrinários. A começar, desde logo, com a incongruência
no testemunho Cristão, a descomprometida e corrupta lideranças das igrejas, o
galopante desvio doutrinário e mundanismo dentro das igrejas, o racionalismo e
liberalismo teológico, o secularismo da fé e o evangelho da prosperidade, a
letargia missionária (LER) e os vergonhosos escândalos
promovidos pelos “vendilhões do templo” que descredibilizam a
impoluta imagem do Cristianismo aos olhos do mundo (LER). Tudo isto, em suma, para vergonha
nossa, consubstancia uma autêntica crise da fé a que estamos impotentemente submergidos,
colocando em causa os sublimes Princípios e Valores das Escrituras
Sagradas.
Esperamos, de facto, que DEUS continue a levantar homens
e mulheres devidamente comprometidos com a Sua Santa Palavra, tal como fez com
Lutero, Swinglio, Calvino, Simons e tantos outros anónimos Heróis da Fé ao
longo da História do Cristianismo, para conduzir a Sua Amada Igreja na
prossecução da sua sagrada missão terrena – que é Evangelizar e ganhar muitas
almas para o Reino de Cristo. Que assim seja. E assim sempre será.