“Oponho-me a uma
proteção especial para as mulheres. Sou contra regras que permitam às
raparigas, por exemplo nos campus universitários, queixarem-se do que acontece
num encontro com um rapaz. Exijo que as mulheres tenham total responsabilidade
de si mesmas. Não acredito em proteções especiais quando alguém lhes diz alguma
coisa ofensiva, a não ser que seja no domínio profissional. Acredito, sim, que
as mulheres têm de falar por elas próprias e travar as suas batalhas (…) Nem
tudo na nossa vida pode ser controlado, nem tudo na nossa vida é politicamente
correto. Há todo o tipo de problemas e de instabilidades entre os dois sexos
que têm que ser tratados individualmente e com os quais o Governo não deve ter
nada que ver. O feminismo para mim devia ser um programa de ativismo social. O
feminismo não tem o direito de intrometer-se na vida privada das pessoas. O
modo como os homens e as mulheres se comportam nas suas relações pessoais é uma
questão apenas da sua livre escolha.”
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(Camille Paglia, in entrevista a Revista Expresso (LER). Conteúdo disponibilizado, por enquanto, apenas para os assinantes
do jornal).