“Desde os dias de João
Batista até agora, o Reino dos céus é tomado à força, e os que usam de
violência se apoderam dele” (Palavras do Senhor Jesus, in Mateus 11:12 [LER]).
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Nos últimos cinco anos tenho demorado imenso a matutar sobre o alcance teleológico e teológico-prático
desta misteriosa afirmação do Senhor Jesus. A minha dúvida prendia-se, mais,
especialmente, com o seguinte questionamento: Será que o Reino de DEUS pode
mesmo ser tomado de assalto, tal como fez transparecer o Senhor Jesus nessa Sua
peremptória afirmação? E de que maneira? São estas pertinentes questões que me
levaram a vasculhar vários comentários bíblicos e a falar com alguns Pastores para
tentar reconciliar-me definitivamente com esta passagem bíblica, sem prejuízo
obviamente daquilo que sempre foi o meu convicto entendimento inicial sobre
ela.
Confesso que, por razões várias, os inúmeros comentários
que li, até então, não me convenceram. Pareceram-me todas abstratas e
colaterais do real cerne da questão. Por outras palavras, ficaram todas aquém.
A Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, com afinidades mais com a doutrina
Pentecostal, por exemplo, considera que existem três interpretações comuns para
essa afirmação de Jesus e passa a enumerá-las: "(1) Ele pode referir-se ao
esforço das pessoas para se aproximar de Deus, que havia começado com a
pregação de João Baptista. (2) Pode ter usado a expectativa dos activistas
judeus que de que o Reino de Deus chegaria por meio de uma violenta derrota de
Roma (que representa o mundo). (3) Pode estar dizendo que, para entrar no Reino
de Deus, é necessário ter coragem, fé inabalável, determinação e resignação,
porque a crescente oposição se manifesta a todos os seguidores de Jesus".
Diferentemente dessas interpretações, a Bíblia de Estudo de Genebra, da ala tradicional e conservadora do Protestantismo, comentando
o mesmo trecho bíblico, considera que "o Reino está avançado poderosamente,
embora homens violentos como Herodes, que havia aprisionado João Baptista,
tentassem sobrepujá-lo pela força. Não são, porém, os fortes e poderosos que
alcançam o reino, mas os fracos e humildes (vs. 28:30), que conhecem suas
próprias fraquezas e estão dispostos a depender de Deus (cf. Lc 16:16, nota)".
Da minha parte, somente estes dias – por tanto meditar na
problemática que o versículo em apreço encerra – acabei por encontrar a “válvula de escape” e, assim, sedimentar
ainda mais a minha reiterada posição inicial. Por isso, nos próximos dias,
querendo o Todo-poderoso DEUS, reduzirei a escrito um prolixo artigo para dar a
conhecer a minha humilde opinião sobre esta importante afirmação do Senhor
Jesus, bem como contra-argumentar outras posições assumidas em torno dela. Até
lá, de forma sequencial e sistemática, vou partilhando as várias versões
bíblicas sobre este complexo versículo bíblico.