Menos Despachos de Tachos e Mais Trabalho


Os governantes guineenses parecem mesmo que não se enxergam. Não sabem lidar minimamente com o poder e os seus encantos. Deslumbram-se facilmente com ele e com todos os benefícios que encerra. Não sabem, acima de tudo, aprender com os erros do passado. Governam mais a pensar nos seus respectivos umbigos e no dos seus correlegionários do que propriamente no sofrido povo. E depois quando temos “o caldo entornado” querem arrastar todo mundo para o problema e usar, inclusive, de forma oportuna e despudorada, o povo na confusão que os próprios deliberadamente criaram. No entanto, quando está tudo “às mil maravilhas” não se lembram literalmente do povo. É o mesmo truque de sempre que este governo está novamente a ensaiar sorrateiramente a menos de poucos dias de tomar o poder. Começou muito mal e está a fazer já tudo mal. Os últimos sucessivos despachos de nomeações, excepto no que toca a nomeação do Engenheiro Domingos Simões Pereira, são exemplos manifestos de curtu sintidu” dos nossos governantes. 

Nesta altura do “campeonato” qual é a necessidade do Primeiro-ministro ter assim quantidades de conselheiros no seu gabinete? Que benefícios concretos isto terá no desenvolvimento do país? Faz assim tanta falta estes conselheiros? Porque é que tem de ser sempre os mesmos nomes do costume que nunca fizeram absoluta nada em concreto para o país? O país tem, porventura, bastante recursos financeiros para suportar os elevados salários e mordomias destes conselheiros? Em caso afirmativo: porquê que o governo não canaliza esta dotação financeira para os funcionários públicos? Querem que os sindicatos compreendam que o país está numa urgência financeira e na bancarrota, contudo o próprio governo não dá exemplo na contenção orçamental. Os servidores públicos são pedidos patrioticamente sacrifícios, enquanto que os próprios governantes vivem à grande e à francesa (um autêntico paradoxo!). 

Estes sucessivos despachos de nomeações descabidas consubstanciam manifestamente o nepotismo, o compadrio, os tachos para os mesmos de sempre, o esbanjamento gratuito do erário público e, em última instância, a corrupção no aparelho do Estado. E depois dizem que não vos deixaram governar... 24 de Novembro ká lundjú gora