O Feminismo tradicional trouxe incomensuráveis ganhos às sociedades abertas no que toca à paridade de Direitos entre as mulheres e homens, especialmente a emancipação daquelas. Ele propulsionou as marginalizadas mulheres a conquistarem unilateralmente o seu merecido espaço na Res Publica, através de intensas lutas cívico-políticas empreendidas nos mais variados domínios da sociedade. Graças máxime às inconformadas feministas, ao longo dos anos, a mulher atualmente no Ocidente tem uma projecção pública notória e inquestionável, baseada no Princípio da Igualdade e na sua livre autodeterminação. Tudo isto, no cômputo geral, sem dúvida, é de salutar.
No entanto, se é verdade que o feminismo contribuiu decisivamente para dignificar a condição das mulheres, sobretudo afirmar categoricamente os seus Direitos na sociedade, a sua vertente mais radical acabou também por criar uma ruptura bastante assinalável no papel milenar de equilíbrio que as mulheres sempre exerceram exemplarmente no seio familiar, gerando assim um conjunto de desestabilizações nos lares, tal como temos vindo impotentemente a assistir. O neo-feminismo, na sua exaustiva lista de pretensões, nega deliberadamente a autoridade do homem no lar que outrora os romanos apelidavam de “bonus pater familias”, reclamando de forma usurpada e distorcida o referido papel masculino, gerando uma anarquia sem precedentes na família.
E mais, com a revolução sexual dos anos sessenta do século passado (promiscuidade sexual, bem entendido), encabeçada particularmente pelas activistas feministas, que teve como apologia viver a sexualidade de forma desapegada, descomprometida e despida de todo o pudor ou tradicionalismo que, até então, estava profundamente enraizado nas sociedades. Em consequência disso, nesta patente visão de devassidão, começou-se a legitimar socialmente o uso desenfreado de métodos contraceptivos, o consumo da pornografia, a defesa da ideologia de género e da homossexualidade, a despenalização e legalização do aborto, o culto da imagem e uma aversão ao casamento. O prazer sexual passou a ganhar destaque e lugar cimeiro em muitas pessoas em detrimento do compromisso matrimonial. As mulheres, particularmente as da alta sociedade, passaram a ter um certo tipo de pavor à maternidade, tendo em conta os danos colaterais que esta comporta, somando ao culto desenfreado de imagem que elas obcecadamente vivem para estarem devidamente “em forma” e, poderem, deste modo, manter a “linha”. Com efeito, para satisfazerem este capricho narcisista, tentam a todo o custo impor a prática da barriga de aluguer em muitos ordenamentos jurídicos como sendo um padrão normal.
O feminismo radical reclama estas abominações comportamentais com a equivocada justificação de libertar as mulheres do jugo opressor do patriarcado masculino, disseminado pelo Cristianismo ao longo dos séculos, dizem aleivosamente as suas activistas nas suas tautológicas proclamações. Se há religião que mais defende e promove a afirmação da mulher é o Cristianismo. É um facto assente, manifesto e indiscutível. Basta avaliar os países onde o Cristianismo tem proeminência e ver a integração das mulheres nestes respectivos países, comparando-a depois com outros países que têm outras religiões, rapidamente concluir-se-á que as mulheres têm mais Direitos, Liberdades e Garantias nos países Cristãos do que propriamente nos países das outras confissões religiosas. É uma realidade fácil de apurar.
As mulheres devotamente cristãs, importa ainda salientar, sofrem menos abusos de violência domésticas, menos divórcios, menos situações de riscos de abandono e praticamente não cometem o crime do aborto. São, na generalidade das situações, mulheres realizadas e felizes no lar, tendo em conta os elevados Princípios e Valores do Cristianismo que vinculam todos os filhos de DEUS. A herança Judaico-Cristã é a maior portadora do personalismo e do princípio da igualdade entre os seres humanos. O Senhor Jesus Cristo foi, por todos, um dos primeiros grandes Mestres da Antiguidade a integrar as mulheres na sua comitiva missionária e estas, por sua vez, exerceram um papel amiúde importante e determinante no Seu ministério terreno. Não há espaço para a misoginia e a discriminação no Cristianismo e, muito menos, entre as diferentes raças e classes sociais, uma vez que “todos os que foram baptizados em Cristo revestiram-se das qualidades de Cristo. Não há diferença entre judeus e não-judeus, entre escravos e pessoas livres, entre homem e mulher”, sustentava peremptoriamente o Apóstolo Paulo (Gálatas 3:27-28).
A Mulher tem Dignidade, Liberdade, Direitos e Autonomia no Cristianismo, diferentemente da grosseira mentira que tem sido propalada pelos movimentos neofeministas. A Mulher Virtuosa, traçada no capítulo trinta e um do livro de Provérbios, que serve de bitola para todas as mulheres Cristãs do mundo, não é uma mulher subjugada ou infeliz. Antes pelo contrário, é uma mulher completamente livre, bem-sucedida, realizada e feliz a todos os níveis da sua convivência. A começar, desde logo, no plano espiritual, familiar, profissional e social. É uma mulher que ama a DEUS, acima de todas as coisas, comprometida, casada, mãe, fiel, trabalhadora, generosa para com o próximo. Com o seu próprio rendimento, coadjuvado com o do seu marido, providencia o sustento e vestimenta para a sua família e, concomitantemente, estende as mãos aos pobres e marginalizados da sociedade. É uma Mulher que não questiona a autoridade do seu marido e, muito menos, rivaliza com ele para ganhar mais protagonismo no lar. Não é materialista ou interesseira. Não é extravagante a vestir ao ponto de cair no pecado da sensualidade. Faz tudo de forma abnegada para ajudar a sua família e terceiros. É uma pessoa bastante sábia, discreta, empreendedora, decente e moderada na sua forma de estar e encarar os elevados desafios da vida. É, justamente, por todas esses sublimes atributos humano-espirituais, que o seu marido confia inteiramente nela e junta-se em coro com os seus filhos para elogiá-la, dizendo: “muitas mulheres foram exemplares, mas tu és a melhor de todas”, porque ela é virtuosa e respeita em primeiro lugar o Todo-Poderoso DEUS.
Ora, parte significativa destes nobres atributos da “Mulher Virtuosa”, são deliberadamente negligenciados pelas feministas radicais. Elas são, na generalidade das situações, mulheres mal-humoradas, insubmissas, provocadoras, prepotentes, materialistas, interesseiras, vulgares, libertinas, saturadas e com tiques de superioridade. Vivem apenas de aparências e são completamente infelizes. A Mulher Virtuosa, diferentemente disso, vive altruisticamente para agradar a DEUS, ao seu marido e à sua família em geral, procurando ser exemplar na sua conduta diária. Ao passo que as feministas radicais vivem exclusivamente a pensar nos seus interesses egocêntricos, brejeiros, promíscuos e polutos, tomando muitas vezes decisões à revelia da família e do parceiro/marido em especial.
Todas estas aversões comportamentais acabam por atrofiar e atingir consideravelmente o instituto da família, causando danos incalculáveis do ponto de vista relacional. É por esta razão que há cada vez menos casamentos no Ocidente, um menor número de filhos, índices galopantes e preocupantes de divórcio, por causa deste neo-feminismo completamente descontextualizado, enfezado, fútil e descabido.