A pandemia do coronavírus já chegou ao Continente
Negro há algumas semanas. Também já chegou à África Ocidental na qual a
Guiné-Bissau está geograficamente inserida. Pela nossa costa atlântica, o
coronavírus já chegou igualmente a Cabo-verde. Mais do que isso, o maldito
coronavírus já chegou também aos nossos vizinhos directos do sul, norte e
leste, nomeadamente a Guiné-Conacri, Senegal e enclave
da Gâmbia. Já chegou a todos os nossos parceiros especiais, principalmente à
União Europeia, bem como à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e
Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), excepto a Guiné-Bissau e
São Tomé e Príncipe. A Guiné-Bissau está, tal como se pode constatar, cercada
pelo coronavírus de todos os lados (LER). A guerra contra o coronavírus está
mais do que nunca declarada na nossa Terra.
Por isso, esta conjectura de alerta nacional e de combate
ao inimigo declarado não é de hesitação ou porfia. Não deve ser de desunião ou
amadorismo político, tal como é notório neste momento no país. Não deve ser
também de oportunismo governativo, de rivalidades ou de guerrinhas desnecessárias entre os
órgãos de soberania. Não deve ser, da mesma sorte, de falsos pretextos
moralistas para fugir à responsabilidade que se espera na convergência de todos
os guineenses neste momento crítico de emergência nacional. O momento exige,
acima de tudo, união, “guineendade”, políticas públicas adequadas para fazer
face definitivamente a esta hedionda doença.
O nosso país é bastante experiente nas questões de
calamidade pública, ao contrário das previsões pessimistas sobre a sua
capacidade de resposta ao coronavírus. Podemos ser frágeis do ponto de vista
sanitário, no entanto isto não invalida a nossa capacidade de resiliência, de
determinação, de luta e ímpeto de vitória perante ameaças reais que temos
vivenciado ao longo dos anos. A mesma Guiné-Bissau que tem derrotado
sucessivamente a epidemia de cólera, de malária, de sarampo e resistido a guerras,
de fora e dentro, é a mesma Guiné que vai derrotar o coronavírus. Assim
esperamos. E assim será pela fé no nome do Senhor Jesus Cristo!