Adeus à Democracia e o Triunfo da Ditadura na Guiné-Bissau


Umaro Sissoko Embaló ultrapassou todos os limites do bom senso e da razoabilidade. Ultrapassou a inultrapassável linha vermelha numa democracia participal e liberal. Ao longo destes últimos anos, Umaro Sissoko nada fez senão violar constantemente a nossa Constituição da República. Desta vez, com esta sua inqualificável loucura de dissolver a Assembleia Nacional Popular antes do tempo, e sem qualquer tipo de base jurídico-constitucional, pisou e rascou a nossa Constituição da República à vista de todos. Umaro Sissoko quer controlar, a todo o custo, todos os poderes dos órgãos da soberania e instaurar um regime ditatorial no país por muito tempo. Tanto que, por está razão, sempre afirmou ser o “único chefe” na Guiné-Bissau. 

Umaro Sissoko Embaló chegou até aqui nas suas reiteradas violações constitucionais porque teve, desde o início que tomou o poder pela força, o apoio declarado das chefias militares que lhes dão o apoio nos seus desmandos e autoritarismo governativo. Por isso, Umaro Sissoko não é apenas o único responsável perante toda esta desgraça autoritária a que estamos a viver neste momento no país. A culpa é, acima de tudo, das nossas elites das forças armadas que aceitam ser corrompidas pelo dinheiro sujo para subverterem a ordem constitucional e a vontade soberana do nosso povo. 

Nós, o povo guineense, estamos todos com o medo em denunciar e confrontar abertamente esta grave e perigosa ditadura no nosso país.  Ditadura implacável que intimida, ameaça, tortura, espanca, viola e, por fim, mata. Estamos com o medo de Umaro Sissoko, das chefias militares, dos homens armados e com todo o ambiente da ditadura que tomou conta da Guiné-Bissau. Estamos com o medo de sermos arbitrariamente torturados, mortos e silenciados. E pergunto, tal como o Engenheiro Amílcar Lopes Cabral outrora fez: medo de quê? Para quê continuarmos a viver no medo e na ignorância? 

Chegou o momento para todos nós envidarmos os esforços conjuntos e libertarmos definitivamente o nosso povo do medo, da ignorância e da ditadura. Precisamos, com carácter de urgência, salvar os guineenses do absolutismo de Umaro Sissoko Embaló e de todos os malditos traidores da pátria que estão a maltratar o nosso sofrido povo, condenando-o à pobreza, à ignorância, à arbitrariedade e à morte.