O amor é uma das virtudes mais ricas, edificantes e importantíssimas que há do ponto de vista Cristão e no ser humano em geral. Não há nenhum atributo, merecimento, benfeitoria ou dom que se lhe possa comparar ou igualar. Ele transcende, em larga medida, as polutas aspirações do ser humano e todos os bens mundanais. O amor, nas suas várias configurações antropológicas, é mais relevante do que a fé e a esperança (LER). Destas três grandes virtudes Cristãs, que imprescindivelmente devem fazer parte do cardápio espiritual dos filhos de DEUS, o amor é a maior e a mais importante delas (1Co 13:13).
Tanto o primeiro grande mandamento como o segundo, contidos nas Escrituras Sagradas, que são indissociáveis um do outro e indispensáveis para se entrar no Reino de DEUS, têm a ver com o amor a DEUS e o amor ao próximo. Destes dois mandamentos, exortava peremptoriamente o Senhor Jesus Cristo, dependem toda a lei e os profetas (Mt 23:36-40). Só há valoração e completa valorização espiritual quando tudo é feito altruisticamente com base na sublime lei do amor, isto é, amor a DEUS e amor ao próximo. O cumprimento pleno e efectivo da Lei de DEUS se resume unicamente no amor.
O amor é o oxigênio interminável das almas piedosas, habituando-as a saberem relacionar-se com quaisquer tipos de pessoas e situações de forma determinada, devotada, humilde e abnegada. É fonte inesgotável da bondade e do perdão, que brota dos corações puros, projectando-se positivamente na vida de terceiros. O amor ama na felicidade e, ao mesmo tempo, ama na dor e no sofrimento. O amor consegue sempre tudo e é capaz de fazer tudo em prol da unidade, harmonia, paz, reconciliação e felicidade. É, justamente, por tudo isto, escrevia o Apóstolo Paulo, que “o amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece”, pois “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Co 13:4-7).
Viver o amor é encarnar diariamente, de forma deliberada e holística, a premissa da verdade, da paz, do perdão, da reconciliação, da humildade, da moderação, da empatia, da bondade e da abnegação. O amor é o único caminho para chegarmos verdadeiramente a DEUS e relacionarmo-nos saudavelmente com ELE como seus filhos amados. O amor é, em última instância, a personificação do próprio Todo-Poderoso Jeová. DEUS é amor; e quem está em amor está em DEUS, e DEUS nele (1 Jo 4:16).
Quem não vive o amor no seu dia-a-dia jamais poderá ter qualquer tipo de intimidade ou relacionamento com o nosso Todo-Poderoso DEUS, sobretudo aquele que odeia o seu irmão. E se disser o contrário, é um autêntico mentiroso. Isto porque, admoestava sabiamente o autor sagrado, “se alguém diz que ama a Deus mas tem ódio ao seu irmão é um mentiroso. Aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, como pode amar a Deus, a quem não vê!” (1 Jo 4:20). E, por fim, concluiu de forma exortativa: “o mandamento que Jesus nos deixou é este: aquele que ama a Deus deve também amar o seu irmão” (1 Jo 4:21).
Só quem realmente não tem o amor no seu coração consegue abominar o seu próximo ao ponto de criar as oportunidades maléficas para prejudicá-lo e fazer-lhe mal, porque “o que ama o seu próximo não lhe faz nenhum mal. Pois o amor é o cumprimento total da lei. O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor” (Rm 13:10). O amor é a manifestação visível e real de tudo o que é mais puro e sincero no ser humano. É o maior dom espiritual que há, razão pela qual quem anda genuinamente no amor nunca cansa e nem se cansa.
No entanto, há um risco bastante acrescido e real do amor ser beliscado, camuflado e adulterado, tendo em conta as realidades conjunturais e vicissitudes supervenientes. Há ainda o risco maior do amor ser parcelado, negligenciado e protelado por causa da insensibilidade humana e oportunismo egocêntrico. Há, acima de tudo, infelizmente, o risco do amor ser subvertido, repulsado, restringido, rejeitado e completamente bloqueado nas mentes empedernidas. Estes perniciosos riscos enumerados, consubstanciam autênticos inimigos directos do amor e venenos mortais para acabar definitivamente com o amor no coração do ser humano.
É, justamente, por tais lamentáveis situações, que vemos pessoas a usarem e abusarem dos outros, sem dó nem piedade, como objectos de prazer, para satisfazerem os seus insaciáveis caprichos carnais. É por tais situações que, para grande tristeza nossa, estamos submergidos numa sociedade de aproveitamento, de manipulação e de violência física e verbal contra o próximo. É por tais situações que, cada vez mais, proliferam no mundo o divisionismo, o adultério, o divórcio, a corrupção, a ofensa, o abuso, a violação, a brutalidade, a guerra, a carnificina, o homicídio e toda a sorte de malignidade contra DEUS e o próximo em geral. A inevitável consequência objectiva de subtrair deliberadamente o amor de DEUS, na convivência humano-social, é atrair todas as desgraças deste mundo e uma rampa deslizante para a perdição eterna.
Por isso, o amor de DEUS tem de fazer parte do substrato identitário do ser humano para, desta forma, convertê-lo e humanizá-lo, habilitando-lhe assim para a prática de toda a boa obra que se funda em DEUS (1 Tm 3:17) – a razão primeira e última do amor. Quem ama verdadeiramente a DEUS, e tem-No no seu coração, jamais cometerá as hediondas e detestáveis práticas acima descritas para prejudicar o seu próximo. A sua conduta, antes pelo contrário, será sempre pautada para o bem e sempre o bem-fazer.
Vivamos, em suma, de forma genuína, a virtude do amor no nosso coração e mente durante toda a nossa momentânea peregrinação neste mundo maligno. Rejeitamos resolutamente viver um amor superficial e de hipocrisia, despidos de qualquer tipo de valor espiritual, uma vez que esta repreensível conduta não se coaduna com os elevados Princípios e Valores Cristãos. Ela é manifestamente contrária com tudo aquilo que se espera de nós, como seres humanos, criados à imagem e semelhança de DEUS. Vivamos, sim, na Lei do Amor, porque só o amor nos libertará da condenação presente e também da vindoura. Que assim seja. E assim sempre será no nome Bendito do Senhor Jesus Cristo.