[DEBATE] Deus, Um Delírio: O Debate - Richard Dawkins & John Lennox from Deus em Debate on Vimeo.
Não poderia deixar de me associar à total indignação e ao
coro de críticas perante a vil afirmação do Biólogo e Cientista
queniano/britânico, Richard Dawkins, ao considerar que "para uma
criança, ser educada na fé católica era pior do que ser abusada sexualmente por
um padre" (LER). Não
é a primeira vez que Richard Dawkins profere palavras difamatórias, para
não dizer insultuosas, contra a Igreja Católica, tudo porque se sente um ateu
convicto e na sua plena liberdade de manifestar as suas controvérsias
opiniões. Cada pessoa é efectivamente livre de
seguir e defender as suas orientações ideológicas, desde que tal não exceda
manifestamente os limites do bom senso e da razoabilidade.
Fazendo jus à postura que Richard Dawkins tem
assumido publicamente, devido à sua incapacidade de provar a existência de DEUS por meios humanos, e, sobretudo, os argumentos que esgrimiu no debate com o Dr.
John Lennox cabe dizer o seguinte: Richard Dawkins revela uma enorme cegueira
espiritual e nulidade total no seu insensato pensamento. Isto
porque a ideia subjacente ao pensamento da generalidade dos ateus, e também de Richard Dawkins,
é descredibilizar a impoluta imagem do Eterno DEUS e a Sua Santa Palavra. Richard Dawkins sente-se incapacitado de provar a existência
de DEUS, com base na razão humana, e para tal nega a Sua existência, invocando os
fundamentos científicos. Ele está, de longe, equivocado. Não é assim que se pode
provar a existência de DEUS. Só podemos provar a existência de DEUS racionalmente
quando esta é plenamente iluminada pelo poder do Espírito Santo e
concomitantemente incorporada a fé Cristã; aí sim, a razão dá um salto enorme e
consegue penetrar os mistérios do Divino.
É milenar a querela no debate teológico entre a Fé e a Razão.
Ela já vinha desde os primórdios do Cristianismo, passando a Reforma
Protestante até chegar aos dias de hoje. Tanto a doutrina Católica como a
Protestante padecem de sérios defeitos na explicação holística desta complexa
temática. Os primeiros enfatizam demasiadamente a razão humana ao ponto de a colocar
quase no mesmo patamar com a fé. A sua doutrina é fruto de influência do
pensamento Escolástico, encabeçado por santo Tomás de Aquino e mais tarde por
Francisco Suares, Padre António Vieira – ambos influenciados por Aristóteles. Procuraram, acima de tudo, fazer da filosofia aristotélica a preposição da
doutrina Cristã, interpretando a revelação bíblica relativamente à "sofistica" pagã, e de reduzir os grandes temas das Escrituras Sagradas: a Graça, a Fé, e a Justificação,
à algaravia escolástica.
Contrariamente a esta posição da Igreja Católica, os Teólogos
da Reforma Protestante desmarcaram-se radicalmente deste entendimento redutor,
abraçando as concepções voluntaristas (doutrina filosófica que concede à
vontade primazia sobre o entendimento) de santo Agostinho, nomeadamente
Martinho Lutero, João Calvino, Ulrich Swinglio e Menno Simões. O primeiro, no
Espírito de Tertuliano, questionava, de forma peremptória, "o que
Jerusalém tinha a ver com Atenas, a igreja com a academia, e fé com a
razão", qualificando a razão como sendo a "Meretriz do
Diabo, a besta, a inimiga de Deus", para depois concluir "que
todas as obras e palavras de Deus são contra a razão". Defesa
essa que o levou a ser rotulado, pelos teólogos coevos, de "irracionalista".
Todo este pensamento veio a influenciar decisivamente a totalidade das
denominações Evangélico-protestantes, máxime com ênfase mais acentuada nos
círculos pentecostais, neopentecostais que rejeitam por completo a faculdade da
razão no plano espiritual.
Da minha parte discordo parcialmente com as duas posições
apresentadas. Jamais devemos hipervalorizar a razão humana, como faz a igreja
Católica, nem tão pouco diabolizá-la como tem sido a postura reiteradamente
seguida nos círculos Evangélico-protestantes ao longo dos tempos. Acredito
plenamente que a razão transformada, que assenta nos fundamentos bíblicos está
inteiramente habilitada em nortear-se com base na Palavra de DEUS. Ao passo que
a razão degenerada quando tenta, usando a sábia expressão de Lutero, "investigar
e discutir sobre os assuntos divinos, torna-se insuficiente" e
fica muito aquém daquilo que é a realidade espiritual. E deste modo, de forma infeliz, passa a
entendê-la como loucura aos seus olhos, uma vez que os mistérios espirituais não
se discernem racionalmente mas sim espiritualmente, contando para tal que
aquela seja renovada e siga esta nos elevados propósitos divinos.
Por isso, Richard Dawkins jamais conseguirá provar
racionalmente a existência de DEUS unicamente pelos métodos das ciências naturais.
A não ser que lhe aconteça um milagre extraordinário da salvação, que só o
Espírito Santo pode realizar, dado que a sua mente contínua ainda obscurecida o
que lhe dificulta imensamente a capacidade de compreender a verdade espiritual
e consequentemente segui-la.
E mais, a existência de DEUS é passível de ser provada por
métodos científicos. Engane-se quem pense o contrário. A razão última de todo o
saber científico nas suas múltiplas formas, parafraseando o Justino Mártir, vem
de DEUS. ELE é fonte e a causa final de todo o saber humano. Com efeito,
para conseguirmos chegar tal proeza, precisamos, em primeiro lugar, de
reconhecer a nossa limitação humana e percorrer um caminho diferente do comum
que é o caminho da fé para depois seguir a razão; e não vice-versa como muitos
ateus têm estado a fazer, entre os quais Richard Dawkins, caindo assim na completa
desgraça espiritual.