Assinalam-se hoje os 499 anos da data oficial daquilo que
mais tarde ficou conhecido na História Moderna como a Reforma Protestante.
Foi, precisamente, no dia 31 de Outubro de 1517 que o inconformado Doutor
Martinho Lutero afixou as suas 95 teses na porta da Basílica do Castelo de
Wittenberg, na Alemanha, distanciando-se completamente das práticas heréticas
reinantes no seio da Igreja Apostólica Romana, vincando a inquestionável
supremacia das Escrituras Sagradas como a única regra de fé e prática em todos
os domínios da vida Cristã. Em consequência disso, insurgiu-se intrepidamente
contra a profana prática da indulgência, o culto mariano, a infalibilidade da
autoridade papal, a veneração dos santos e toda a sorte de idolatria e
imoralidade associada ao Catolicismo, oferecendo aos fiéis um novo paradigma
bíblico centralizado exclusivamente na pessoa do Senhor Jesus Cristo e na sua
impoluta obra expiatória na Cruz do Calvário em prol da Humanidade
decaída.
Para o Teólogo alemão isto resumia-se em cinco grandes
imperativos soteriológicos, a saber: somente a Fé, somente a Escritura, somente
Cristo, somente a Graça e somente a Glória a DEUS, como únicos meios
indispensáveis e irrenunciáveis para levar o Homem ao pleno conhecimento da
Verdade Justificadora e consequentemente à sua Salvação.
Volvidos quase estes cinco séculos da pertinente Reforma
Protestante, e vendo a realidade espiritual das Igrejas nos dias que correm,
ainda ficam bastante aquém daquilo que deveria ser o seu ideal bíblico.
Continuamos a confrontar-nos com sérios e preocupantes desvios doutrinários, a
começar com o racionalismo e liberalismo teológico, o evangelho da
prosperidade, a incongruência no testemunho Cristão, o secularismo materialista,
o descomprometimento com a causa do Evangelho, a letargia missionária (LER) e
os escândalos promovidos pelos "vendilhões do templo" (LER).
Tudo isto consubstancia uma autêntica crise da fé, em que
estamos impotentemente submergidos, colocando em causa os importantes ganhos da
Reforma, máxime os sublimes Princípios e Valores bíblicos que outrora nortearam
a Igreja Primitiva.
Esperamos de facto que DEUS continue a erguer mulheres e
homens devidamente comprometidos com a Sua Santa Palavra, tal como fez com
Lutero, Swinglio, Calvino, Simons e tantos outros Heróis da Fé ao longo da História,
para conduzir a Sua Amada Igreja na prossecução da sua nobre e sagrada missão
aqui na Terra – que é Evangelizar e ganhar muitas almas para o Reino de Cristo.
Que assim seja.