O Homem também chora.
Chorar é humano. Compreender esta grande verdade antropológica é reconhecer o
óbvio – ao contrário do mito urbano que se propala por aí. O Homem também
chora. Ele derrama lágrimas porque tem necessidade de fazê-lo, uma vez que que
dispõe de coração, sentidos, emoções, inclinações, aspirações, paixões e sofre
contradições e contrariedades da madrasta vida. Não tem nada a ver com tibieza,
tal como algumas almas equivocadamente julgam. Mesmo os colossos choram perante
a impotência momentânea que lhes vão enturvando. É um cardápio inevitável e
indispensável da nossa transitória peregrinação neste “Vale de Lágrimas”.
O Homem pode chorar por
inúmeras razões concomitantemente. O choro, em última instância, remete-nos
para a mutabilidade, fragilidade, incapacidade e vulnerabilidade da vida. O
Homem, nesta esteira do pensamento, pode chorar para aplacar os anseios,
insucessos, perdas, frustrações, desgostos, sofrimentos, felicidades súbitas e
desequilíbrios emocionais que vai tendo no seu percurso para, deste modo,
libertar o estado de alma. Pode da mesma sorte chorar tanto pelas coisas boas
como pelas coisas más. É um processo completamente natural, tendo em conta os
desencontros e antagonismos subjacentes que encerram a vida. Por isso, não há
nenhuma inconveniência em manifestar a sua sensibilidade psico-emocional
através do choro e pensar o oposto é totalmente surreal.